Os dados do relatório de emprego (payroll) nos EUA, divulgados na manhã desta sexta-feira, 6, alimentaram as apostas de que o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) poderá elevar juros já em dezembro. Isso trouxe um viés de baixa para as bolsas globais e também pesou sobre a Bovespa. A diferença é que, no Brasil, a derrocada dos papéis da Vale prejudicou ainda mais a bolsa.
O Ibovespa fechou em baixa de 2,35%, aos 46.918,51 pontos. Na máxima do dia, o índice marcou 48.046 pontos (estável ante o fechamento de ontem) e, na mínima, atingiu 46.397 pontos (-3,43%). O giro financeiro foi de R$ 5,859 bilhões.
Desde o início da sessão, as expectativas recaíam sobre os dados de emprego nos EUA. E o país não decepcionou: foram gerados 271 mil vagas em outubro, bem acima da previsão de 183 mil postos, o que elevou as apostas de que o Fed subirá juros em dezembro. No mercado de Treasuries, isso se traduziu na disparada dos yields, com os títulos precificando cerca de 70% de chances de o aperto monetário de fato ocorrer no próximo mês.
Os números trouxeram um viés de baixa para as bolsas de Nova York que, no entanto, durante a tarde, recuperaram fôlego. No Brasil, a Bovespa seguiu em baixa firme, mesmo porque o acidente com a mineradora Samarco em Minas Gerais, que tem como um dos acionistas a Vale, repercutia fortemente nos negócios. A ação ON da Vale despencou 7,55% e a PNA teve queda de 5,70%.
Outra blue chip também penalizou o Ibovespa: Petrobras ON cedeu 3,23% e o papel PN da estatal teve baixa de 3,58%, com os preços do petróleo em queda tanto em Nova York quanto em Londres.
Profissionais citaram ainda a atuação dos estrangeiros na ponta de venda de ações de companhias brasileiras, o que fazia poucas ações da carteira do Ibovespa se salvarem. Uma delas foi Braskem PNA, que subiu 2,02%, após a diretoria da petroquímica sinalizar, em teleconferência, que o forte resultado acumulado em 2015 deve contribuir para a alta do valor a ser distribuído sob a forma de dividendos no próximo ano.