O recuo das bolsas de Nova York e os balanços corporativos ruins penalizaram nesta sexta-feira, 13, a Bovespa. Por um lado, pesou a perspectiva de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) pode elevar juros em dezembro e, por outro, a baixa de papéis importantes como os de Petrobras e CSN, após os números trimestrais. Já o dólar subiu durante todo o dia ante o real, em sintonia com o avanço da divisa no exterior.
O Ibovespa – índice de referência da bolsa brasileira – fechou em baixa de 0,78%, aos 46.517,03 pontos. Na pontuação máxima do dia, marcou 46.884 pontos (estável ante o fechamento de ontem) e, na mínima, 46.311 pontos (-1,22%). O giro financeiro da bolsa foi de R$ 5,954 bilhões.
Na noite de ontem, a Petrobras divulgou um prejuízo de R$ 3,76 bilhões no terceiro trimestre. O balanço mostrou que o resultado foi fortemente afetado pela desvalorização do real ante o dólar, que elevou o endividamento da estatal. Instituições consultadas pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, projetavam um prejuízo menor, de R$ 2,3 bilhões.
O resultado, assim como outros detalhes da prestação de contas, influenciou diretamente na venda de ações da petrolífera hoje. Petrobras ON cedeu 2,66% e o papel PN da estatal recuou 4,09%.
A CSN foi outra companhia que divulgou resultados, só que na manhã de hoje. A siderúrgica informou um prejuízo líquido de R$ 533 milhões no terceiro trimestre – uma alta de 113% em relação ao prejuízo de R$ 250 milhões apurado no mesmo período do ano passado. Já a dívida líquida consolidada da companhia somou R$ 23,4 bilhões em setembro, alta de 12,7% em relação a junho. O efeito foi a derrocada do papel ON da CSN, que cedeu 9,59%.
Mas Nova York também influenciou a baixa dos papéis negociados na bolsa brasileira. Por lá, o Dow Jones cedia no fim da tarde 0,83%, o S&P 500 tinha baixa de 0,73% e o Nasdaq recuava 0,92%. Alguns números divulgados hoje nos EUA reforçaram a percepção de que o Fed está próximo de elevar sua taxa de juros – o que pressiona as ações. Foi o caso do índice de sentimento do consumidor de Michigan, que subiu para 93,1 em novembro, ante previsão de 91,5.
Como pano de fundo, investidores citaram as especulações em torno da possível chegada de Henrique Meirelles ao Ministério da Fazenda, no lugar de Joaquim Levy. No fim da tarde, circulavam notícias de que a opção da presidente Dilma Rousseff para o lugar de Levy pode ser Otaviano Canuto, hoje diretor do Brasil no Fundo Monetário Internacional (FMI), em Washington.