O Ibovespa opera em queda desde a abertura dos negócios desta terça-feira e renovou mínimas há instantes, com queda que chegou a 1,20%. As perdas são puxadas principalmente pelas ações do setor de commodities, que acompanham a depreciação das matérias-primas no exterior. Mas a queda é generalizada entre os segmentos econômicos negociados no mercado acionário.
O corte de juros na China aquém do esperado justifica a queda das commodities, explica Alan Dias Pimentel, analista da Blue3 Investimentos.
Segundo ele, investidores questionam se um corte mais moderado será suficiente para a China entregar as metas de crescimento para a economia, o que acaba por comprometer a expectativa de demanda e, por consequência, a procura por matérias-primas. "Mas também podemos dizer que há uma realização de lucros na bolsa, com ações passando por ajustes depois de o Ibovespa atingir uma valorização acima de 10% no mês", afirma.
No ambiente político, as atenções se voltam à Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, que tenta votar a proposta do arcabouço fiscal.
O colegiado realiza audiência pública sobre o projeto com os economistas José Márcio Camargo (PUC-RJ) e Marcos Mendes (Insper). O relator da proposta, senador Omar Aziz (PSD-AM), se reúne com o deputado Cláudio Cajado (PP-BA), que foi relator da proposta na Câmara, para tentar pactuar possíveis alterações com os deputados. Cajado disse que insistirá com Aziz para que ele mantenha a versão da proposta aprovada pelos deputados.
Com a expectativa de corte de juros e de encaminhamento do arcabouço, analistas afirmam que a tendência de alta se mantém para o Ibovespa, mesmo com a queda de hoje. O índice, que teve apenas duas quedas em junho até ontem, contabilizava ganho acima de 10% no período.
Às 11h38, o índice tinha 118.566,73 pontos, em queda de 1,08%. Petrobrás ON recuava 2,02% e Vale ON, 2,85%.