A Bovespa terminou em queda pelo quinto dia seguido nesta terça-feira, 2, após uma sessão bastante volátil. O recuo das ações dos bancos, devido a especulações sobre tributação, e dos papéis da Petrobras pesaram no índice.
A Bovespa até tentou uma recuperação na abertura dos negócios, após ter fechado ontem com o maior declínio porcentual desde o final de setembro. No entanto, especulações de que os governadores do PT estariam articulando a volta da CPMF, além de comentários sobre uma possível tributação de dividendos e extinção de juros sobre capital próprio, afetaram as ações do setor financeiro, que são um dos principais componentes do índice. A queda dos papéis dos bancos levou a Bovespa a inverter o sinal e cair ainda pela manhã.
No início da tarde, a bolsa ensaiou uma nova tentativa de recuperação durante declaração do ministro da Fazenda, Guido Mantega, de que não apresentou nenhuma proposta para taxação de lucros e dividendos recebidos pelos beneficiários, conforme projeto que tramita na Câmara dos Deputados. “Eu não apresentei nenhuma proposta nesse sentido”, afirmou. No entanto, Mantega não respondeu às perguntas sobre as propostas de retorno da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) ou de elevação da Cide/combustíveis.
Ao longo da segunda parte do pregão, a negociação na bolsa ficou muito volátil, acompanhando as oscilações dos papéis de bancos e da Petrobras, apesar de os índices acionários de Nova York apresentarem desempenho positivo.
Na reta final dos negócios, a Bovespa renovou as mínimas, conduzida por uma piora das ações da Vale, da Petrobras e dos bancos. No fechamento, o Ibovespa recuou 1,27%, aos 51.612,47 pontos. O volume de negócios somou R$ 6,055 bilhões. Na máxima, a bolsa atingiu 52.640 pontos (+0,69%) e na mínima, 51.471 pontos (-1,54%). No ano, o Ibovespa acumula alta de 0,20% e em dezembro, queda de 5,69%.
Vale ON, -2,57%, Vale PNA, -2,40%, Petrobras ON, -0,96% e PN, -1,54%, Bradesco PN, -1,71%, Itaú Unibanco PN, -1,51%, Banco do Brasil ON, -3,07%. Segundo operadores, os papéis da Vale foram afetados pelas expectativas criadas, mas que não se concretizaram, em torno do evento Vale Day, promovido pela mineradora em Nova York.
Já os papéis da Petrobras reagiram negativamente às declarações do ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa durante sessão na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI). Costa disse que foi um “erro” eximir o Conselho de Administração da empresa de responsabilidade pela compra da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA), em 2006. Além disso, a agência de classificação de rating Fitch disse nesta terça-feira que as recentes acusações sobre um escândalo de corrupção envolvendo contratos da Petrobras podem afetar a qualidade de crédito da petroleira, à medida que prejudicarem o crescimento da produção, dificultarem seu acesso aos mercados de dívida e gerarem eventuais punições à empresa.