Estadão

Ibovespa encerra na máxima do dia, em alta de 0,50%, aos 120.817,71 pontos

O Ibovespa mudou de sinal no meio da tarde desta quarta-feira, 25, e conseguiu conservar a linha de 120 mil pontos pelo segundo dia, após tê-la cedido em 16 de agosto, quando iniciou correção que consumiria 4,5 mil pontos até o pior fechamento da semana passada, na quarta, 18, em relação aos 121,1 mil pontos do encerramento da sexta-feira anterior, 13. Na semana, o índice da B3 acumula agora recuperação de 2,34%, com o fechamento desta quarta-feira, na máxima da sessão, em alta de 0,50%, aos 120.817,71 pontos, e mínima a 119.225,93, saindo de abertura aos 120.210,21 pontos.

No mês, limita agora a perda a 0,81% em agosto, avançando 1,51% no ano. O giro financeiro desta quarta-feira ficou em R$ 28,8 bilhões no fechamento.

Nesta quarta, a percepção positiva sobre a arrecadação federal acabou por se impor ao IPCA-15 de agosto, acima do esperado, e também à crise hídrica, a pior em 91 anos, que leva o governo a desenhar iniciativas que evitem racionamento, a começar pela administração pública.

Assim como na quarta, apesar da hesitação vista pela manhã, o Ibovespa conseguiu se conectar ao humor de Nova York, positivo, com o petróleo também estendendo recuperação, que recoloca o barril do Brent a US$ 72. Petrobras PN fechou em alta de 0,54% e a ON, de 0,25%.

"O mercado está dando atenção à arrecadação federal, que melhora a percepção sobre o fiscal. É preciso observar também que, perto das 16h (antes da entrevista coletiva do Ministério de Minas e Energia), o giro estava muito fraco em relação à média de 21 dias, com cautela também para o encontro do Federal Reserve em Jackson Hole", diz Victor Licariao, líder de alocação de renda variável da Blue3.

À tarde, com o dólar acomodando-se entre R$ 5,20 e R$ 5,21, perto da mínima do pregão, e a curva de juros devolvendo o ajuste da manhã, quando prevalecia a volatilidade inspirada pelo IPCA-15 de agosto, o Ibovespa encontrou algum fôlego para retornar aos 120 mil pontos, estendido à máxima do dia no fechamento.

A aceleração dos índices de preços "vem sendo precificada pela curva (de juros) há algum tempo, o que explica a menor relação de risco-retorno no mercado, e a queda dos juros hoje, mesmo com esse dado (IPCA-15)", diz Rafael Ribeiro, analista da Clear Corretora, acrescentando que a situação política e fiscal tem cobrado mais alto do que a própria inflação.

Outro destaque do dia foi a crise hídrica: no fim da tarde, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, anunciou que, a partir de 1º de setembro, começará programa de redução voluntária de demanda para consumidores, ao explicar que decreto apresentado nesta quarta, mais cedo, é para redução de consumo da administração pública federal. O ministro disse também que o nível de precipitação se manterá baixo até o fim de setembro ou começo de outubro, destacando piora especialmente nos reservatórios do Sul.

"O monitoramento do setor elétrico brasileiro é feito 24h por dia", disse o ministro, tendo observado que os meses de julho e agosto registraram o pior volume, da série histórica, em águas que chegaram aos reservatórios. O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) informou estar trabalhando para aprovar entrada de quatro termelétricas.

Na falta de medidas restritivas mais imediatas, o setor teve desempenho majoritariamente positivo no fechamento da sessão, não muito distante da estabilidade. No fechamento, Cemig PN mostrava ganho de 0,77%% na sessão, com Eletrobras PNB em leve alta de 0,36%, em variação semelhante à de Copel PNB (+0,30%), enquanto Cesp PNB avançou 0,08% e Eletrobras ON, cedeu apenas 0,03%.

O desempenho foi misto para o setor de mineração (Vale ON -0,21%) e siderurgia (Gerdau PN +0,55%, CSN ON -2,31%). Na ponta do Ibovespa, destaque para Suzano (+5,44%), Totvs (+4,16%) e CVC (+4,00%). No lado oposto, Banco Inter (-4,42%), CSN (-2,31%) e Americanas ON (-1,35%).

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