Estadão

Ibovespa estende recuperação, em alta de 0,42%, a 125,9 mil pontos, com NY

O Ibovespa engatou o segundo dia de recuperação parcial, embora, como ontem, em marcha mais lenta do que a observada em Nova York, com os investidores, por aqui, ponderando dados econômicos, como a forte arrecadação federal em junho como no consolidado do primeiro semestre, e políticos, especialmente a proximidade de nova readequação ministerial para acomodar melhor o Centrão e reforçar o apoio ao governo no Senado, onde tem sofrido derrotas na CPI da Covid. Entre um fator e outro, o índice da B3 fechou nesta quarta-feira não tão distante da estabilidade, em leve alta de 0,42%, a 125.929,25 pontos, entre mínima de 125.246,63 e máxima de 126.111,75 pontos, saindo de abertura aos 125.404,24 pontos.

Na semana, vindo de perda de 1,24% na segunda-feira, quando prevaleciam temores globais decorrentes da variante Delta sobre a retomada econômica, o Ibovespa limita as perdas a apenas 0,02%, em baixa de 0,69% no mês – no ano, acumula ganho de 5,81%. Enfraquecido como ontem, o giro financeiro desta quarta-feira ficou em R$ 24,7 bilhões.

"Apesar de um ajuste natural na margem, tivemos hoje leitura bem positiva sobre a arrecadação federal em junho, no maior nível para o mês desde 2011, e o melhor primeiro semestre da série histórica. Mas os ruídos políticos atrapalham, e a expectativa de desmembramento na Economia para recriação do Ministério do Trabalho pode refletir uma tentativa de agradar a base, após o veto sinalizado pelo governo ao fundo eleitoral. Lembrando que em agosto, com o fim do recesso, há duas reformas importantes – administrativa e tributária – e possivelmente a privatização dos Correios", diz José Falcão Castro, especialista em renda variável da Easynvest.

"Desde que renovou topo aos 131 mil pontos em 7 de junho, o Ibovespa entrou em correção de curto prazo, por motivos evidentes, inclusive lá fora, com a variante Delta e os temores relacionados a inflação. Depois dos excessos vistos na segunda-feira, também no exterior, os mercados colocaram nessas últimas duas sessões os pés um pouco no chão", acrescenta Castro, destacando, na sessão, a recuperação na casa de 4% observada nos preços do petróleo, que contribuiu para ganhos acima de 1% em Petrobras ON (+1,61%) e PN (+1,39%) no fechamento desta quarta-feira.

Como pano de fundo, no exterior, a variante Delta segue ainda no radar, o que ofuscou em certo momento parte do brilho de uma positiva temporada de balanços corporativos nos Estados Unidos e também na Europa. Assim, embora se espere manutenção da orientação da política monetária na zona do euro, os mercados estarão atentos amanhã à decisão do Banco Central Europeu (BCE) e às declarações de sua presidente, Christine Lagarde, observa Castro.

Na ponta do Ibovespa nesta quarta-feira, destaque para ganho de 8,50% em IRB, de 4,59% em Braskem e de 3,00% em Embraer. Na face oposta, Americanas ON cedeu 5,67%, Lojas Americanas, 5,16%, e Fleury, 2,87%. Entre as blue chips, Vale ON fechou em alta de 1,15%, com desempenho positivo também para as ações de bancos (Santander +1,05%) e siderurgia (Gerdau PN +2,26%, CSN ON +2,22%).

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