O sentimento de cautela dos investidores se ampliou na segunda etapa do pregão desta sexta-feira, 21, véspera do feriado prolongado para o Carnaval. As novas posições assumidas abriram espaço para aumentar o ritmo de queda do Ibovespa. O índice à vista amargou perdas desde a manhã em sintonia com seus pares globais. Largou do nível dos 114 mil pontos da abertura para encerrar aos 113.681,42 pontos, em baixa de 0,79%. Assim, a semana termina com recuo de 0,61% na rentabilidade, acumulando -0,07% em fevereiro. O giro financeiro hoje foi de R$ 21,6 bilhões.
"É complicado e muito perigoso passar o Carnaval montado enquanto o exterior estará funcionando", disse Luiz Mariano De Rosa, sócio da Improve Investimentos.
Na sessão de hoje, um dos catalisadores do mau humor externo, de acordo com De Rosa, foi a contabilização dos recuos nos resultados das empresas, principalmente no exterior, em relação às metas traçadas para janeiro. A desaceleração ou até prejuízos vieram em razão da baixa produção ocasionada em unidades na China, que tiveram impacto do surto de coronavírus. "A boa notícia é que ainda tem o ano inteiro para recuperar. Antes ter esse evento em janeiro do que em junho", afirmou o sócio da Improve.
Hoje o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse acreditar que o coronavírus ainda pode ser contido. "Não podemos olhar para trás e nos arrepender de não ter aproveitado a janela de oportunidade que temos", ponderou, em entrevista coletiva em Genebra, na Suíça.
Nicolas Balafas, operador da Atuação Investimentos, chama a atenção para o fato de que, internamente, os ruídos que vêm de Brasília em torno do andamento das reformas estruturais também prejudicam o desempenho da Bolsa e a sua atratividade pelo olhar dos investidores estrangeiros. De acordo com a B3, até anteontem, o saldo acumulado de recursos de não-residentes era negativo em R$ 10,126 bilhões em fevereiro e em R$ 29,284 bilhões no acumulado deste ano.
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