Estadão

Ibovespa inicia semana em baixa de 0,22%, a 111,9 mil pontos

O Ibovespa oscilou em torno dos 112 mil pontos nesta abertura de semana, sem catalisadores de peso que o colocassem em direção clara, de forma que a variação do índice foi, desde a manhã, pouco superior a mil pontos entre a mínima (111.489,53) e a máxima (112.516,60) do dia, saindo de abertura a 112.247,11.

Ao final, mostrava leve perda de 0,22%, aos 111.996,40 pontos, em início de semana da qual se espera nova leitura sobre a inflação ao consumidor nos Estados Unidos e, no quadro mais amplo, com atenção dos investidores ainda voltada às escaramuças entre Ocidente e Rússia sobre a Ucrânia, que têm produzido efeito sobre os preços de commodities como o petróleo, do qual os russos são grandes produtores. Nesta segunda-feira, 7, o insumo se ajustou moderadamente para baixo, após a progressão vista na última semana.

Na B3, o giro financeiro desta segunda ficou restrito a R$ 26,9 bilhões, com o Ibovespa passando agora a terreno declinante no mês (-0,13%), ainda acumulando ganho de 6,84% no ano, não muito aquém do visto ao longo de janeiro (6,98%), quando teve seu melhor desempenho desde dezembro de 2020.

Desde 26 de janeiro, a referência da B3 tem se mantido na faixa de 111 a 113 mil pontos nos fechamentos, após ter rompido, no dia anterior (25), a resistência de 109,4 mil pontos, o que o inclinava a uma recuperação. Contudo, após chegar aos 113,6 mil pontos no intradia de 2 de fevereiro, quando havia saído de abertura a 113,2 mil pontos e fechou em baixa de 1,18%, o Ibovespa tem se mantido lateralizado nas ultimas três sessões.

Os três índices de referência em Nova York também permaneceram em margem estreita nesta segunda-feira, mas majoritariamente em baixa no fechamento da sessão, "depois de o S&P 500 ter registrado a sua melhor performance semanal, no ano", observa Pietra Guerra, especialista de ações da Clear Corretora, destacando os resultados trimestrais de empresas, "com algumas surpresas positivas", e o relatório sobre o mercado de trabalho americano, da última sexta-feira, "bastante acima do esperado".

Por outro lado, os fortes números do "payroll" contribuíram para colocar os rendimentos dos Treasuries de 10 anos acima de 1,9% nesta segunda-feira, observa em nota a Nova Futura Investimentos. Na máxima de hoje, no começo da tarde, chegaram a 1,93870%. Os juros e o número de aumentos na taxa de referência que o Federal Reserve precisará efetivar em 2022 tendem a permanecer no centro da atenção do mercado global nesta semana, com ponto alto para a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI) de janeiro, na quinta-feira (10) – aqui, na quarta-feira (9), será conhecido o IPCA do mesmo mês.

"A curva de juros precifica Selic de 12,75% a 13% no fechamento do ano, ou seja, de 100 a 115 pontos-base acima do que os economistas têm projetado. Ainda vemos uma gordura significativa na curva de juros. Os investidores domésticos, incluindo os institucionais, continuam a vender ações para os estrangeiros, que entraram com R$ 70 bilhões no ano passado e colocaram R$ 30 bilhões em janeiro. O doméstico tem sido atraído para a renda fixa, mas o valuation, os múltiplos das ações, continuam a trazer dinheiro de fora, com o BC bem adiantado em relação aos do exterior no ajuste da política monetária", diz Alexandre Brito, sócio da Finacap Investimentos.

Na atração de recursos externos, não apenas o avanço dos juros nominais e reais tem favorecido operações de "carry trade", repercutindo também na apreciação do câmbio. "O Brasil acaba sendo favorecido ante outros emergentes pelo peso que as commodities têm na B3, no momento em que se vê rotação das ações de crescimento (tecnologia) para as de valor em Nova York", acrescenta. "Haverá volatilidade, sem dúvida, mas no médio prazo ainda há oportunidades, principalmente em commodities, bancos e utilities", diz Brito.

Entre as blue chips, destaque nesta segunda-feira para Vale ON (+2,44%) e para as ações de siderurgia (CSN ON +3,15%, Usiminas PNA +3,25%). O dia foi negativo para Petrobras (ON -1,20%, PN -1,47%) e misto para as de grandes bancos, com Itaú (PN -0,55%), Bradesco (PN -0,35%) e BB (ON -1,15%) em baixa no fechamento. Na ponta do Ibovespa, BB Seguridade (+5,74%) e JBS (+4,91%), à frente de Yduqs (+4,26%) e de BR Malls (+3,89%). No lado oposto, Intermédica (-4,67%), Hapvida (também -4,67%) e Via (-3,79%).

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