Estadão

Ibovespa inicia semana em baixa de 0,40%, aos 103,9 mil pontos

O Ibovespa se acomodou um pouco abaixo dos 104 mil pontos na abertura de semana, em que a recuperação do petróleo frente a perdas recentes – superiores a 5% na semana passada – deu suporte às ações de Petrobras (ON +1,54%, PN +1,91%), enquanto as da Vale (ON -3,62%) amplificaram a queda de 3% no preço do minério de ferro em Dalian (China), nesta segunda-feira, 24. O dia também foi negativo, ainda que moderadamente, para as ações de grandes bancos, outro segmento de peso no Ibovespa – a retração ficou entre 0,21% (BB ON) e 0,93% (Unit do Santander) na sessão.

Assim, o índice de referência da B3 fechou em baixa de 0,40%, a 103.946,58 pontos, em dia de poucos catalisadores disponíveis, em que oscilou dos 103.247,04 aos 104.821,97, saindo de abertura aos 104.366,82 pontos. O giro ficou em R$ 24,7 bilhões. No mês, o Ibovespa ainda sobe 2,03%, com perda no ano a 5,27%.

Na ponta do Ibovespa nesta segunda-feira, destaque para Pão de Açúcar (+4,61%), Raízen (+3,86%) e São Martinho (+3,14%). No lado oposto, CSN Mineração (-5,36%), Braskem (-4,34%) e Bradespar (-4,18%), além de Vale e Minerva (-3,93%).

A cautela vista na sessão se justifica por "importantes indicadores econômicos na Europa e nos Estados Unidos, além da expectativa pelos relatórios de ganhos das grandes empresas de tecnologia", uma combinação de dados e balanços muito aguardada pelo mercado para a semana, aponta em nota a Guide Investimentos. Atenção em especial para o índice PCE de março, "o indicador de inflação acompanhado mais de perto pelo Fed", que será divulgado na sexta-feira, observa a Guide.

"Nos Estados Unidos, investidores seguem atentos à divulgação amanhã de resultados de big techs , como Microsoft e Alphabet (Google). Os resultados do primeiro trimestre poderão trazer sinais quanto à saúde financeira das gigantes de tecnologia em um cenário macroeconômico desafiador. Vale lembrar que os analistas têm revisado fortemente as expectativas de lucros das empresas americanas, para baixo, o que abre espaço para surpresas positivas, dada a previsão pessimista", diz Álvaro Feres, analista da Rico Investimentos.

Na B3, desde que devolveu a linha de 106 mil pontos no fechamento da quarta-feira passada – marca que havia sido recuperada e mantida desde 11 de abril, quando saltou 4,29%, saindo de 101,8 mil pontos no dia anterior -, o Ibovespa tem se mantido em margem estreita, entre 103 mil e 104 mil pontos, sem gatilhos para retomada ou correção.

Nesta segunda-feira, "a queda forte do minério de ferro na China trouxe para baixo as ações do setor metálico, de peso no Ibovespa. Semana reserva balanços importantes para as próximas sessões, mas hoje o dia oi bastante modesto em notícias que pudessem direcionar os negócios", diz Dennis Esteves, sócio e especialista em renda variável da Blue3 Investimentos, destacando também a aproximação da reunião de política monetária do Federal Reserve, na próxima semana, o que contribui para reforçar a cautela dos investidores.

Segundo Vitor Miziara, analista e sócio da Performa Ideias, a queda de 8% do minério negociado em Dalian desde a última quarta-feira indica preocupação do mercado com a retomada da economia no mundo. "As commodities são o primeiro sinal de que as economias estão se recuperando, ou não; são a primeira coisa a ser comprada nas cadeias de produção quando se espera aquecimento da atividade. Por isso vemos boom de commodities antes de retomadas econômicas, e agora o contrário: o mercado batendo bastante nas commodities, precificando a preocupação com uma recessão mais forte no segundo semestre", diz.

Nesta segunda-feira, o índice de materiais básicos, que reúne as ações de commodities, fechou em queda de 2,60%, enquanto o índice das ações de consumo, exposto ao ciclo doméstico, ficou perto da estabilidade, em leve baixa de 0,08% no encerramento do dia.

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