Estadão

Ibovespa inicia semana em baixa de 0,44%, aos 119,1 mil pontos

O Ibovespa permaneceu na linha dos 119 mil pontos pela quarta sessão consecutiva, tendo, como na sexta-feira, testado os 118 mil pontos nas mínimas do dia. Nesta segunda-feira, o índice da B3 oscilou entre 118.685,10 e 119.663,06, com a máxima da sessão correspondendo à abertura. Ao fim, mostrava perda de 0,44%, aos 119.137,86 pontos, novo piso de encerramento para o ano, com giro a R$ 17,5 bilhões na sessão.

Em 2024, o Ibovespa recua 11,21%, o que o recoloca a níveis do começo de novembro passado, retroativos ao fechamento do dia 9 daquele mês – em junho, cede 2,42%.

Em dia no qual o dólar à vista foi negociado a R$ 5,43 na máxima da sessão, e fechou a R$ 5,42 (+0,74%), o Ibovespa aparou perdas ainda no começo da tarde, com o investidor na B3 buscando dar voto de confiança a palavras dos ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e do Planejamento, Simone Tebet, que estiverem reunidos pela manhã com o presidente Lula e demais integrantes da Junta de Execução Orçamentária (JEO), no Palácio do Planalto.

Ao fim da reunião, Haddad disse que o presidente se "apropriou" dos números apresentados pela equipe econômica sobre a evolução de gastos federais com "bastante atenção", e abriu espaço "importante" para a discussão do tema. "Foi uma reunião muito produtiva, senti o presidente bastante mais senhor dos números: se apropriou dos números com bastante atenção, abriu espaço importante de discussão dessas questões", afirmou.

"A semana começou ainda no negativo, em prosseguimento de condições que têm se caracterizado por estresse na curva de juros e saída de capital estrangeiro, com efeito direto para as ações. O minério também segue em baixa, afetando Vale (ON -0,40%), enquanto Petrobras (ON +0,05%, PN +0,37%) encerrou em alta, com avanço dos preços do petróleo na sessão", diz Victor Miranda, sócio da One Investimentos.

Ele acrescenta que a conversa entre Lula, Haddad e Tebet trouxe "certo alívio" à sessão – em semana na qual o mercado gostaria de ver, também, uma decisão "unânime" do Copom sobre juros, acrescenta Miranda, referindo-se à reunião de política monetária desta terça e quarta-feira, da qual se espera manutenção da taxa Selic em 10,50% ao ano.

"As questões fiscais e referentes à arrecadação, no Brasil, têm preocupado muito os investidores. Por outro lado, nos Estados Unidos, a inflação ao consumidor, abaixo do consenso, renovou as expectativas de corte de juros por lá, levando o S&P 500 e o Nasdaq a novas máximas históricas hoje, mais uma vez", aponta Hemelin Mendonça, sócia da AVG Capital, acrescentando que, na Bolsa brasileira, o movimento de inclinação da curva de juros doméstica tem cobrado preço, em especial, de ações cíclicas.

Na B3, nesta segunda-feira, o bom desempenho das ações de bancos – destaque para Itaú (PN +2,44%), após o Morgan Stanley elevar a recomendação para os papéis do banco negociados em Nova York – e a melhora em Petrobras PN ainda no começo da tarde contribuíram para o Ibovespa mitigar perdas e se firmar nos 119 mil. Na ponta do índice no fechamento, além de Itaú, destaque também para B3 (+1,83%), Santander (+1,44%) e São Martinho (+1,33%). No lado oposto, Rede D Or (-5,16%), Braskem (-5,11%) e Locaweb (-4,29%).

"Apesar dos dados mistos da China sobre a atividade econômica, o petróleo avançou nesta segunda, com possível arbitragem em relação ao ouro commodity que vem de forte apreciação na semana passada. Expectativa por uma inflação mais alta, estruturalmente é um fator que favorece alta para o petróleo", diz Rafael Germano, da Blue3 Investimentos.

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