Economia

Ibovespa recua mais 0,65% e termina semana com queda de 2,51%

O mercado brasileiro de ações teve mais um pregão de intensa volatilidade e perdas nesta sexta-feira, 18, com os ativos ainda refletindo o desconforto gerado entre os investidores após a decisão de política monetária do Banco Central. O Índice Bovespa já abriu em queda e teve momentos de forte aceleração do movimento, chegando a registrar recuo de 2,67% no período da tarde. Na última hora, desacelerou o ritmo e fechou aos 83.081,88 pontos, com baixa de 0,65%. Na semana, o índice perdeu 2,51%.

Se na quinta-feira uma parte da queda de 3,37% foi atribuída ao cenário internacional negativo, hoje os analistas admitiram que o front doméstico falou mais alto. A evidência apontada para isso foi que, apesar do fraco desempenho das bolsas de Nova York, houve desaceleração das taxas dos Treasuries. Esse fator teria favorecido pregões mais tranquilos em bolsas de outros países emergentes, o que não aconteceu por aqui.

“A maior parte do impacto hoje veio da questão em torno do BC, que manteve a volatilidade nos mercados de câmbio e juros, levando à suspensão dos negócios no Tesouro Direto”, disse Eduardo Guimarães, especialista em ações da Levante Investimentos. “Por mais que a decisão do BC tenha sido acertada, foi algo que pegou o mercado surpresa”, disse o profissional.

Guimarães ressalta que alguns papéis continuaram a mostrar desempenho mais técnico, com realização de lucros expressivos no acumulado de maio e do ano. É o caso claro das ações da Petrobras, que vinham de um rali de altas, favorecido pela valorização do petróleo e por expectativas positivas sobre a empresa. Hoje Petrobras ON e PN tiveram novo dia de perdas, mas desaceleraram o ritmo e terminaram o pregão com baixas de 0,20% e 1,16%, respectivamente.

Ao final do dia, Bradesco ON e PN subiram 0,62% e 0,45%. B3 ON ganhou 0,77% e as units do Santander avançaram 0,17%. Itaú Unibanco reduziu as perdas para 0,70% e Banco do Brasil, para 0,55%.

Para Guimarães, da Levante, o mercado já enxergou de maneira negativa os balanços dos bancos no primeiro trimestre e agora vê um novo patamar de aversão ao risco, com revisões para o PIB e inclinação da curva de juros no longo prazo, que impacta no crédito. “Esse cenário torna mais difícil o cumprimento dos guidances”, afirma.

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