A Bovespa recuperou nesta quinta-feira, dia 1º, parte da queda da véspera e terminou o dia em alta de 0,58% aos 58.236,26 pontos. A alta foi amparada principalmente em ações como Petrobras e Vale, que operaram descoladas de seus referenciais no exterior. O cenário político interno foi importante fonte de incertezas, mas teve pouca influência nos negócios, um dia após o impeachment de Dilma Rousseff e o polêmico acordo que resguardou seus direitos de elegibilidade.
Com o presidente Michel Temer a caminho da reunião do G-20, na China, as atenções voltaram-se ao cenário internacional, onde persistem as discussões em torno dos juros nos Estados Unidos.
Após cinco meses consecutivos de expansão, o índice dos gerentes de compras (PMI) do setor industrial dos EUA caiu abaixo do patamar de 50,0, o que indica contração da atividade local. O dado pesou negativamente sobre o mercado americano e aumentou a expectativa pela divulgação do “payroll”, nesta sexta-feira, 2, que indicará como está o mercado de trabalho norte-americano.
A queda de mais de 2% dos preços do petróleo, ainda em repercussão ao aumento de estoques nos EUA, não foi suficiente para barrar as altas das ações da Petrobras, que terminaram o dia com ganhos de 0,88% (ON) e 1,17% (PN).
A justificativa para a recuperação foi a elevação da recomendação de compra e a revisão de preço-alvo feita pelo BTG Pactual. Nos últimos dias, a ação da estatal petrolífera já vinha sendo beneficiada pelo noticiário em torno de avanços no plano de desinvestimento da companhia.
Os papéis da Vale também se destacaram em alta, a despeito da queda de 1% dos preços do minério de ferro na China. Segundo operadores, o maior apetite por ações da Vale se apoiou na repercussão do resultado do PMI do setor industrial chinês, que subiu para 50,4 em agosto, ante 49,9 em julho. Ao final do pregão, Vale ON teve alta de 2,95% e Vale PNA, de 2,97%.
Outro grupo de ações que se destacou foi o de empresas exportadoras, beneficiadas pela alta do dólar ante o real. Suzano PNA foi a maior alta do Ibovespa, com +6,86%. Fibria ON (+3,68%) e Klabin Unit (+1,47%) também se destacaram. O volume de negócios na Bolsa brasileira foi de R$ 7,75 bilhões, próximo da média das últimas semanas.