Estadão

Ibovespa sobe 0,02%, a 110,5 mil pontos, lateralizado nas últimas 3 sessões

O Ibovespa não conseguiu acompanhar o ritmo do apetite por risco visto nesta quinta-feira no exterior, e perdeu fôlego ao longo da tarde até um final, mais uma vez, lateralizado. Ainda assim, foi a terceira sessão em que evitou perdas, nominalmente no positivo, algo não visto desde o intervalo entre 21 e 23 de setembro.

Nesta quinta-feira, saiu de mínima na abertura aos 110.563,26 e chegou a mostrar ganho de 0,87% no melhor momento, no começo da tarde, então aos 111.521,50, antes de perder vigor e ceder dos 111 mil pontos. Ao final, mostrava levíssimo ganho, agora de 0,02%, aos 110.585,43 pontos, com variação de menos de 200 pontos entre os encerramentos das últimas quatro sessões. No mês, cede 0,35%, com perda de 2,05% na semana e de 7,08% no ano. O giro ficou nesta quinta em R$ 32,7 bilhões.

Lá fora, os mercados acionários, desde a sessão asiática à europeia e americana, ainda repercutiam bem o acordo entre governo e oposição nos Estados Unidos para elevar o teto da dívida, ao menos até dezembro, neutralizando por ora um fator de risco que havia prevalecido sobre o humor recentemente, assim como os receios sobre a inflação global, puxada em especial pelos custos de energia. "Foi o último dia de feriado na China (continental), e a expectativa se volta para a reabertura dos mercados por lá amanhã, especialmente no que diz respeito a commodities", observa Bruno Madruga, head de renda variável da Monte Bravo Investimentos.

"As ações da Chinese Estates, ex-acionista majoritária da Evergrande, dispararam 31,72% em Hong Kong após o anúncio de uma Oferta Pública de Aquisição pela empresa – fato que abre caminho para uma solução semelhante para a incorporadora, de pelo menos saldar as dívidas com seus credores", diz Rafael Ribeiro, analista da Clear Corretora. O índice Hang Seng, referência de Hong Kong, fechou em alta de 3,07%.

Nesta quinta-feira, o petróleo encerrou em alta após relatos de que os Estados Unidos não devem liberar reservas estratégicas para segurar os preços no mercado internacional. Na Nymex, o contrato do WTI para novembro subiu 1,12%, a US$ 78,30 o barril, e o Brent para dezembro avançou 1,07%, a US$ 81,95 o barril, na ICE, em Londres, enquanto por aqui, no fechamento da B3, as ações da Petrobras mostravam desempenho misto, acompanhando a perda de fôlego do Ibovespa (ON +0,21%, PN -0,14%).

No Brasil, o mercado recebeu moderadamente bem o parecer do deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) sobre a PEC dos Precatórios, que trouxe várias modalidades de pagamento aos credores, conforme havia sido negociado entre o ministro da Economia, Paulo Guedes, e os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), e da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

Além das ações de commodities, especialmente mineração (Vale ON +2,98%), a retomada ainda que parcial em siderurgia (Gerdau PN +1,63%) e em utilities (Eletrobras PNB +1,71%) se impunha ao dia negativo para os grandes bancos (Bradesco PN -2,50%, BB ON -1,04%, Itaú PN -2,12%) – ao final, as de cima limitavam alta enquanto as de baixo acentuavam perdas, deixando o Ibovespa virtualmente no zero a zero.

Na ponta do índice de referência da B3, destaque para recuperação em Banco Inter (Unit +12,06%, PN +11,67%), após "a empresa contratar Bank of America, Bradesco BBI, JPMorgan e Itaú BBA para assessorá-la em reorganização societária", observa em nota a Terra Investimentos. "Inter quer migração de sua base acionária para a Inter Platform, e, posteriormente, listar as ações da empresa nos EUA, segundo comunicado", acrescenta a Terra.

Destaque também para Yduqs (+9,82%) e Cogna (+4,68%), na ponta do Ibovespa na sessão. No lado oposto, CVC (-4,71%), Via (-4,06%), Rumo (-3,24%) e Magazine Luiza (-2,97%). "Hoje foi um dia morno, com o índice ainda lateralizado, sem muitos fatores que pudessem mexer com os preços", diz Braulio Langer, analista da Toro Investimentos.

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