A perspectiva de corte de juros no Brasil e nos Estados Unidos deu ânimo aos investidores e o Índice Bovespa teve nova rodada de alta nesta sexta-feira, 7. Em terreno positivo desde a abertura, o indicador chegou a subir mais de 1% pela manhã, testando o patamar dos 98 mil pontos, mas perdeu fôlego à tarde e fechou aos 97.821,26 pontos, com ganho de 0,63%. Na semana, o principal índice da B3 acumulou valorização de 0,82%.
As principais notícias do dia foram divulgadas na primeira etapa do pregão. O IPCA de maio ficou em 0,13%, no piso das estimativas do mercado, e ajudou a reforçar no mercado futuro de juros as apostas em um corte da taxa Selic neste ano. Nos Estados Unidos, o destaque ficou com o relatório de empregos “payroll”, que apontou criação de vagas (75 mil) bem aquém do previsto (180 mil). Também nesse caso foi reforçada a aposta no corte de juros, como forma de estímulo econômico.
Adicionalmente, o desempenho do Ibovespa refletiu as altas expressivas das ações da Petrobras, que foram movidas pela alta dos preços do petróleo e pela liberação da venda da transportadora TAG, depois que o STF votou pela desnecessidade do aval legislativo para venda de subsidiárias de empresas estatais. Ao final dos negócios, Petrobras ON e PN tiveram ganhos de 2,72% e de 1,83%, respectivamente.
Analistas ouvidos pelo Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, observaram que a alta do dia foi “modesta” se comparada aos ganhos mais expressivos das bolsas de Nova York e à expectativa pela retomada da tramitação da reforma da Previdência. Para eles, a cautela do investidor ante os acontecimentos aguardados para a próxima semana pode explicar o fato de o índice não ter se sustentado acima dos 98 mil pontos. A questão é saber se o cenário político levará ou não o indicador de volta aos 100 mil pontos na próxima semana.
Para Álvaro Frasson, da corretora Necton, a apresentação do relatório do deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), esperada para os próximos dias, já estaria em boa parte precificada. Com isso, afirma, não é certo que o Ibovespa tenha fôlego para alcançar os 100 mil pontos na semana que vem. “A tendência permanece positiva para a semana que vem, mas em parte a entrega do relatório já está precificada, o que não justificaria a superação dos 100 mil pontos”, disse Frasson.