A Bovespa fechou aos 50.292,93 pontos nesta sexta-feira, 8, em alta de 3,67%, a maior em porcentual para a Bolsa desde 17 de março – dia em que Luiz Inácio Lula da Silva tentava tomar posse como ministro em Brasília.
Segundo profissionais do mercado de ações, o gatilho para essa valorização foi a mudança da recomendação do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao Supremo Tribunal Federal (STF) acerca da nomeação de Lula. Ontem à noite, ele defendeu a anulação. Antes, o procurador-geral havia defendido a posse do ex-presidente e pedido que as investigações sobre ele fossem mantidas na Justiça de primeiro grau, em Curitiba. Este novo parecer servirá de subsídio para que o STF decida, em plenário, se Lula assume ou não o cargo, o que pode ocorrer na próxima semana.
Essa notícia levou investidores a entenderem que Lula ficou mais distante da cadeira de ministro e, assim perdeu poder de articulação política, elevando as chances de Dilma sofrer o impeachment. O Placar do Impeachment do Grupo Estado, atualizado à tarde, mostrava 283 deputados a favor do impedimento, 114 contrários e 62 indecisos, sendo que 54 não haviam respondido. Ontem, o placar indicava 274 deputados a favor. São necessários 342 votos.
Na Bovespa, além do cenário político, as ações foram influenciadas pela aproximação do vencimento, na próxima quarta-feira, dos contratos de opção sobre o Ibovespa e de Ibovespa Futuro. Nesse último, os estrangeiros estão majoritariamente na ponta compradora. A mínima do dia foi de 48.517 pontos (+0,01%) e a máxima, vista à tarde, de 50.486 pontos (+4,07%).
Petrobras ON subiu 5,53% e o papel PN da estatal avançou 7,27%, favorecido pela política e pelo avanço firme do petróleo tanto em Londres quanto em Nova York. Do mesmo modo, Vale ON teve ganho de 8,19%, e Vale PNA avançou 8,36%.