Estadão

Ibovespa sobe a 129 mil pontos, puxado por percepção de queda do juro dos EUA e com Petrobras

O Ibovespa sobe e já opera no nível dos 129 mil pontos, saltando cerca de 1.900 pontos em relação à abertura (127.312,69 pontos). O movimento acompanha a alta das bolsas norte-americanas. Os investidores absorvem o discurso de ontem do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), Jerome Powell, com um tom mais leve, no sentido de sugerir que a queda dos juros no país começará em junho. Nesta quinta-feira, o aumento nos pedidos semanais de desemprego dos EUA reforçou essa ideia.

"O dado mostra que mais pessoas pediram auxílio-desemprego, indicando um certo arrefecimento do mercado de trabalho. Isso eleva a expectativa pelo payroll, amanhã", diz Pedro Moreira, sócio da One Investimentos, ao referir-se ao relatório oficial de emprego dos EUA de março.

Segundo explica Moreira, essa expectativa empolga os mercados e tende a gerar menos volatilidade. "É o momento para o investidor se posicionar antes do payroll", recomenda. Assim, os rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA cedem, refletindo nos juros futuros no Brasil e no dólar.

Na quarta-feira, o Ibovespa fechou com queda de 0,18%, aos 127.318,39 pontos. "Os mercados assimilam o comportamento dos juros nos Estados Unidos", cita em comentário Alvaro Bandeira, coordenador de Economia da Apimec Brasil. Em sua visão, há espaço para o Índice Bovespa buscar a marca dos 130 mil pontos.

Agora, ficam no foco discursos de dirigentes da autoridade monetária americana. Como destaca Enrico Cozzolino, head de análise e sócio da Levante Investimentos, os mercados têm reagido recentemente a excessos de comunicação em relação à política monetária americana. "Isso causa ruído, mas o fato é que o Fed deve começar a cortar os juros e a inflação está sendo controlada."

A despeito da queda em torno de 1,60% do minério de ferro em Cingapura – em Dalian não há negociação por conta de feriado na China -, as ações do setor metálico sobem no Ibovespa, com exceção de Vale, que cedia apenas 0,18% às 11h15.

Com o feriado chinês, a expectativa é que o fluxo de lá vá para mercados como o Brasil, cita Moreira, da sócio da One Investimentos.

Além de monitorar a commodity, o mercado acompanha o noticiário sobre a estatal. Conforme apurou o <i>Broadcast</i> (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, está no Rio de Janeiro e não tem agenda ou pedido de agendamento de reunião com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, depois que o jornal <i>Folha de S.Paulo</i> publicou matéria afirmando que o executivo teria solicitado encontro com Lula para falar sob sua permanência no cargo.

E ontem, ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o governo espera informações da Petrobras para definir qual posição vai defender na reunião do Conselho de Administração sobre a distribuição de dividendos extraordinários.

"O mercado está apostando em queda dos juros americanos e que a Petrobras pagará dividendos extras, é isso que explica", diz Luiz Roberto Monteiro, operador da mesa institucional da Renascença.

Às 11h18, o Ibovespa subia 1,45%, aos 129.167,64 pontos, ante alta de 1,57%, na máxima aos 129.318,12 pontos, e mínima aos 127.312,69 pontos, mesmo nível da abertura, com variação zero. Petrobras avançava quase 2,50%.

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