Após abrir aos 127.592,80 pontos, o Ibovespa acelerou a velocidade de alta e já se consolida na faixa dos 129 mil pontos, com alta em quase toda a carteira. De um total de 86 papéis, só quatro cediam perto das 11 horas. Além disso, abandonada a queda do mês, avançando até o momento 1,28%
O otimismo é embasado em alguns fatores, como novos estímulos na China, notícias corporativas internas e o reforço de que o juro básico continuará caindo meio ponto porcentual à frente, conforme a indicação da ata do Copom, divulgada mais cedo. Na semana passada, a Selic caiu de 11,75% para 11,25% ao ano.
"O movimento segue contundente aqui, em meio ao ciclo de corte de juros previsível", avalia Felipe Moura, sócio e analista da Finacap.
Segundo ele, o avanço de algumas ações ligadas ao ciclo econômico deve-se mais a um repique, após quedas, do que algo relacionado a fatores estruturais.
A expectativa é que a taxa Selic continue cedendo 0,50 ponto porcentual, no sentido de "manter firme compromisso com a reancoragem e dinâmica inflacionária", como destaca a ata do Comitê de Política Monetária (Copom) divulgada mais cedo. Na semana passada, o juro básico caiu pela quinta vez seguida, de 11,75% para 11,25% ao ano.
Segundo o economista André Perfeito, o tom da ata segue o plano de voo e "devemos seguir vendo cortes na taxa básica nas próximas reuniões."
Diante dos sinais de desaquecimento do gigante asiático, o governo chinês prometeu hoje que promoverá uma série de medidas para impulsionar o consumo doméstico de bens em 2024, com foco sobre o setor automobilístico e de eletrodomésticos. Além disso, o governo pretende estimular novas formas de consumo, como o comércio eletrônico internacional, veículos de energia limpa e produtos chineses de luxo.
"Deve ser um dia pouco mais positivo, motivado pelo noticiário da China, com o governo prometendo implementar mais medidas", descreve Bruno Takeo, analista da Ouro Preto Investimentos.
Além disso, Takeo acrescenta que o balanço do Itaú Unibanco do quarto trimestre "foi muito bom", o que tende a elevar as expectativas positivas com o resultado do Bradesco, o próximo dos grandes a informar o resultado.
O Itaú Unibanco registrou lucro líquido de R$ 35,6 bilhões no ano passado, um aumento de 15,7% em relação ao resultado de 2022. No quarto trimestre, o ganho líquido do banco foi de R$ 9,4 bilhões, 22,6% maior na comparação anual e um avanço de 4% sobre o terceiro trimestre. O lucro do banco veio em linha com a estimativa do Prévias Broadcast.
O crescimento da carteira de crédito e o aumento das margens das operações combinados com o incremento das receitas com prestação de serviços (tarifas), puxadas principalmente pelo segmento de cartões, contribuíram para impulsionar o lucro anual do banco no ano passado.
Ao comentar o balanço do Itaú Unibanco, o presidente Milton Maluhy disse pouco que o banco vê como provável um cenário em que distribuirá dividendos extras no começo de 2025, quando fechar os resultados deste ano. Entretanto, ele disse que ainda não está definido qual o volume de resultado que será distribuído.
Os investidores avaliam ainda a decisão do Bradesco e do Banco do Brasil de realizar uma oferta unificada para tirar a Cielo da Bolsa, e a Natura iniciando estudos para separar Natura Latam e Avon.
Em Nova York, os índices futuros sobem moderadamente, aguardando discursos de membros do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos). Os mercados buscarão sinais sobre quando se iniciará o processo de queda dos juros nos EUA, após o presidente do Fed, Jerome Powell, descartar recuo em março, elevando as incertezas até mesmo em relação a uma redução das taxas em maio.
Às 11h11, o Ibovespa tinha alta de 1,46%, aos 129.451,73 pontos, ante máxima aos 129.522,06 pontos, quando subiu 1,51%. ante mínima aos 127.592,80 pontos, com variação zero.
Entre ações de consumo, Grupo Natura liderava a lista das oito maiores elevações, com 6,23%, seguida por Bradesco PN, com alta de 4,03%. Itaú e Cielo, que divulgaram balanços avançavam 0,42% e 3,38%, pela ordem. Vale acelerava a 2,00%, enquanto Petrobrás em torno de 1,60%, em meio ao avanço do petróleo no exterior. Já o minério de ferro em Dalian, na China, feccou em queda de 0,63%.
Ontem, o Índice Bovespa encerrou a sessão com valorização de 0,32%, aos 127.593,49 pontos.