Apesar da pouca tração das bolsas norte-americanas e da fraca agenda de indicadores esvaziada nesta segunda-feira, 24, o Ibovespa avança e tenta mirar a marca dos 123 mil pontos, depois de abrir aos 121.342,74 pontos, com variação zero. A alta na carteira é quase geral. De 86 papéis, só sete caíam por volta das 11h20.
Na sexta, o Índice Bovespa subiu 0,74%, fechando aos 121.341,13 pontos, voltando a avançar na semana, após quatro recuos seguidos.
"O problema é que não tem notícia. É um repique. Caiu por muito tempo. Basicamente sobe por fluxo de estrangeiro", diz Pedro Moreira, sócio da One Investimentos. "Entra porque está barata e tem sinal de fluxo saindo da China", completa Moreira.
Apesar de ingresso de recursos do exterior na B3 em quatro pregões recentemente, a fuga de capital no primeiro semestre deve ser a maior desde 2020. "Essa entrada é temporária, não he melhora de cenário", completa o sócio da One Investimentos.
"Sobe pois não há motivadores negativos. Está tudo calmo, e desde quarta-feira o Banco Central acalmou o cenário após a manutenção da Selic de forma unânime", diz o estrategista-chefe do Grupo Laatus, Jefferson Laatus.
Ao longo dos próximos dias haverá divulgações com força para influenciar os negócios no Brasil e no exterior. Aqui, destaque ao noticiário corporativo, como o avanço no processo de privatização da Sabesp.
Para a Guide Investimentos, o avanço da privatização da Sabesp é positivo para as ações. Além disso, o formato do processo, apesar de mais complexo, aumenta as chances do resultado ser positivo para os investidores, avalia em relatório.
Já o Magazine Luiza fechou acordo com o Aliexpress, plataforma de marketplace internacional do Alibaba, para a listagem e venda de seus produtos em ambos os marketplaces. As ações do Magazine Luiza subiam quase 12% no horário citado acima. Sabesp avançava 2,39%.
Entre as commodities, o sinal divergente. O petróleo sobe em torno de 0,50%, dando força aos papéis da Petrobras, que subiam entre 0,05% (PN) e 0,37% (ON). Os da Vale tinham valorização discreta, de 0,05%, dado que minério caiu 3,11% em Dalian, na China.
Ao longo da semana, dado de inflação é destaque tanto aqui quanto nos Estados Unidos, em meio a sinais de juros mais altos por mais tempo nos dois países. O IPCA-15 de junho sairá na quarta e pode arrefecer na margem, mas acelerar para a faixa dos 4,00% no acumulado de 12 meses. A pressão inflacionária segue persistente, como retrata o boletim Focus divulgado hoje, que trouxe aumento nas projeção para IPCA deste ano e do seguinte.
Amanhã, o foco é a ata do Comitê de Política Monetária (Copom), quando a Selic foi mantida em 10,50% ao ano, de forma unânime. Na quinta, sairá o Relatório Trimestral de Inflação (RTI), seguido de entrevista do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e do diretor Gabriel Galípolo – um dos cotados a assumir a presidência do BC a partir de 2025. O quadro fiscal também gera atenção.
Nos EUA, a atenção estará voltada para o índice PCE de inflação de maio, na quinta-feira. "Espera-se que tanto o consumo quanto a renda dos consumidores apresentem aumentos ligeiramente mais rápidos", cita a Guide, lembrando ainda que também serão divulgados, nos EUA, a terceira estimativa de crescimento do PIB do primeiro trimestre, a balança comercial de bens, os pedidos de bens duráveis e as estimativas finais do índice de confiança do consumidor de Michigan.
Às 11h27, o Ibovespa subia 1,06%, aos 122.621,85 pontos, ante elevação de 1,24% na máxima, aos 122.839,73 pontos.