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Ibovespa sobe e tem máximas em torno dos 117 mil pontos com NY e político local

O Ibovespa sobe nesta quinta-feira, 20, tentando defender o nível dos 117 mil pontos. A alta é impulsionada pelas bolsas americanas e as europeias, que passaram a subir há pouco e acelerando. Além disso, o fator político interno também reforça a valorização do índice Bovespa, bem como a alta do petróleo.

"Os dias estão sendo bem positivos para o Ibovespa, que volta a ser negociado próximo das máximas do ano", afirma Felipe Moura, sócio e gestor da Finacap Investimentos.

Contudo, seguem preocupações com o ritmo de alta dos juros no mundo e com a crise no Reino Unido. Os mercados monitoram os desdobramentos da renúncia da primeira-ministra do Reino Unido, Liz Truss, e relatos de que Boris Johnson, ex-primeiro-ministro do país que renunciou ao cargo no começo de julho deste ano, deve participar da disputa para premiê do Reino Unido.

Após diminuir consideravelmente a velocidade de alta para a faixa de 0,40%, o Ibovespa ganhou tração, renovando máxima, com a aceleração externa. O papéis ligados ao setor metálico avançam com força, a despeito do recuo do minério de ferro na China. Relatos de que o país estuda diminuir a quarentena de covid-19 estariam por trás da alta dessas ações e ainda do setor de petróleo. As cotações da commodity sobem na faixa de 2%. Vale On tinha alta de 2,31%.

Chama a atenção o recuo de ações ligadas ao consumo. Na avaliação de Luiz Roberto Monteiro, operador da mesa institucional da Renascença, a retração reflete em parte a pressão de alta dos juros futuros nos Estados Unidos, indicando que a taxa básica prosseguirá elevada.

Com a alta, o Ibovespa pode ir para um terceiro pregão seguido de valorização. Ontem, subiu 0,46%, fechando aos 116.274,24 pontos, na contramão das bolsas americanas, que cederem em meio a perspectivas de mais aumentos de juros nos EUA.

"Aqui, precisa se aproximar dos 118 mil pontos para ganhar mais consistência", cita em comentário matinal o economista Álvaro Bandeira, também consultor de finanças.

O investidor local acompanha os desdobramentos da pesquisa Datafolha, confirmando uma menor diferença entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro na disputa no segundo turno da eleição presidencial e um empate no limite da margem de erro. Isso volta a estimular alta de ações de estatais como na véspera, dada a predileção do atual governo pelo tema privatização. Petrobras sobe em torno de 2% e Banco do Brasil, 2,71%.

"Reage à pesquisa Datafolha, ao mostrar redução na diferença entre Lula e Bolsonaro na disputa presidencial, dado que se o atual presidente vencer, tem um perfil mais voltado a privatizações", avalia o estrategista-chefe do Grupo Laatus, Jefferson Laatus.

Como reforça Moura, as últimas pesquisas também estão "fazendo preço, principalmente sobre as ações de estatais." Além disso, o sócio da Finacap Investimentos acrescenta a expectativa positiva em relação aos balanços do terceiro trimestre de empresas brasileiras, que estão prestes a sair. "O nível de valuation está bem descontado, demonstrando certo descolamento da realidade, dado que há expectativa por bons resultados. Temos notícias boas no cenário macroeconômico, com desaceleração da inflação", afirma.

Às 11h35, o Ibovespa subia 0,82%, aos 117.228,14 pontos, após avanço de 0,94%, aos 117.366,58 pontos, na máxima.

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