O Índice Bovespa opera em alta firme na manhã desta quinta-feira, 4, refletindo um cenário que combina queda do dólar e percepção de proximidade do fim do ciclo de altas da taxa Selic. Com isso, o indicador retomou o patamar dos 105 mil pontos, no qual não oscilava desde 10 de junho. A valorização é praticamente generalizada na carteira teórica do índice, mas se mostra mais expressiva entre papéis de empresas mais sensíveis às oscilações dos juros, como as dos setores imobiliário e de varejo.
O presidente da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), José Ramos Rocha Neto, disse há pouco que o comunicado do Copom, que elevou a taxa Selic para 13,75% ontem, deixa a leitura de que o comitê considera que os juros básicos chegaram a seu teto.
"Podemos fazer uma leitura de que em um cenário mais extremo, a Selic chega a 14% neste ano", disse Rocha Neto.
Já o Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos do Bradesco considerou que a elevação de ontem foi a última. "Acreditamos que a alta de ontem foi a última do ciclo de ajuste da política monetária e que a Selic encerrará o ano em 13,75% ao ano", indicam os economistas em relatório.
O contraponto da manhã é a queda das commodities no mercado internacional, que limita os ganhos das ações da Petrobras e volta a jogar os papéis de mineração e siderurgia para o terreno negativo.
O barril do WTI está sendo negociado abaixo de US$ 90 pela primeira vez desde março, período em que a guerra na Ucrânia ainda estava no início.
O movimento ocorre em meio às preocupações por eventual recessão global.
Hoje, o Banco da Inglaterra (BoE) fez alertas nesse sentido para o Reino Unido, ao mesmo tempo em que elevou os juros básicos em 0,50 ponto porcentual.
Às 11 horas, o Ibovespa tinha alta e 1,23%, aos 105.052,04 pontos.
Entre as ações que fazem parte do índice, as maiores eram de Magazine Luiza ON (+13,31%), Meliuz ON (+9,73%) e MRV ON (+9,16%). Vale ON recuava 0,73%.