O Ibovespa abriu fevereiro como encerrou janeiro, no positivo mesmo quando o sinal de Wall Street divergia, com as bolsas do exterior vindo de correção no último mês enquanto a B3, beneficiada pelo fluxo externo em busca de descontos, mostrou recuperação de 7% ante as perdas de quase 12% acumuladas em 2021, ano em que Nova York renovou máximas históricas, sucessivamente. Nesta terça, o índice subiu 0,97%, a 113.228,31 pontos, mantendo-se nos maiores níveis desde o fechamento de 18 de outubro passado. Nesta terça-feira, oscilou entre mínima de 112.134,88 e máxima de 113.302,13 pontos, saindo de abertura aos 112.143,42 pontos. O giro foi de R$ 27,1 bilhões. Na semana, o Ibovespa avança 1,18% e, no ano, 8,02%.
"A retomada das commodities neste início de ano, com destaque para celulose e minério de ferro em razão do movimento de estocagem pré feriado do Ano Novo Chinês, e petróleo, com dúvidas sobre oferta em meio às tensões geopolíticas entre Rússia e Ucrânia, juntamente com demanda em franca expansão, contribuíram fortemente para a alta do índice (Bovespa) no mês (de janeiro). A valorização das ações do setor financeiro, beneficiadas pela escalada dos juros, foi outro fator que pesou positivamente para o índice nas últimas semanas", aponta em relatório o Banco Inter.
"Para fevereiro, foco no retorno do feriado do Ano Novo chinês e na dinâmica de demanda no país, bem como continuidade das pressões inflacionárias para as empresas mais focadas no mercado interno, como Varejo e Consumo", acrescenta a instituição, observando também que "a alta de juros deve seguir beneficiando o setor financeiro, com bancos e seguradoras".
Nesta terça-feira, véspera de aguardada elevação da Selic em 1,50 ponto porcentual, que traria a taxa de juros de referência para a casa de dois dígitos (no caso, 10,75%), os grandes bancos que, à exceção de Santander (+9,36%), acumulam ganhos bem acima do desempenho do Ibovespa no ano, como Itaú (PN +21,85%) e Bradesco (PN +19,23%), tiveram desempenho misto, em sessão de boa recuperação para Vale (ON +5,49%), que havia fechado o dia anterior na mínima do dia, com perda acima de 3%. As ações de siderurgia também foram bem nesta terça, com destaque para CSN (ON +5,05%), assim como Petrobras (ON +2,95%, PN +2,01%).
Na ponta do Ibovespa, destaque para Banco Inter (Unit +8,08%), à frente de Vale e de CSN, seguidas por Braskem (+4,45%) e por Usiminas (PNA +3,88%). No lado oposto, Alpargatas (-6,91%) Banco Pan (-5,22%), Minerva (-5,03%) e Lojas Renner (-4,05%).
"O índice chegou a atingir os 113 mil pontos, mas acabou recuando um pouco (no meio da tarde) devido à instabilidade dos Estados Unidos. Enquanto isso, o dólar continua recuando devido à grande entrada de investidores estrangeiros no país", aponta em nota a Terra Investimentos. Nesta terça, o dólar à vista fechou cotado a R$ 5,2728, em baixa de 0,62%, menor nível desde 16 de setembro passado.
Com Nova York se firmando no positivo na reta final da sessão, o Ibovespa voltou a acentuar ganhos, mais perto de 1% e retomando o nível de 113 mil pontos para o fechamento, não muito distante da máxima do dia. "O ciclo de aumento da taxa de juros nos Estados Unidos continua a gerar cautela. As vagas de emprego em aberto nos Estados Unidos em dezembro (relatório JOLTS) vieram com níveis bastante elevados, abrindo espaço para postura ainda mais hawkish para o Federal Reserve", diz Dennis Esteves, especialista em renda variável da Blue3, mencionando também a desaceleração, menor do que se esperava, para o PMI industrial do país em janeiro.