Economia

Ibovespa sucumbe à deterioração do cenário fiscal e cai 0,37%

A Bovespa sustentou ganhos durante a maior parte desta sexta-feira, 23, em sintonia com o ambiente externo, favorecido pelo anúncio de estímulos à economia chinesa. Só que, no meio da tarde, o mal-estar com a deterioração do cenário fiscal no Brasil fez a bolsa brasileira passar a cair, até fechar nos 47.596,59 pontos, em queda de 0,37%. Na semana, houve alta de 0,76% e, no mês, avanço acumulado de 5,63%.

Pela manhã, a China trouxe euforia aos investidores e abriu espaço para a forte busca por ações ao redor do mundo. Isso porque o Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês) anunciou corte de 0,25 ponto porcentual em suas taxas de juros de empréstimos e depósitos de um ano, para 4,35% e 1,50%, respectivamente. Foi o sexto corte de juros pelo PBoC desde novembro do ano passado.

Além disso, o BC chinês removeu o limite sobre as taxas de depósitos para bancos comerciais e cooperativas rurais, em um movimento em direção à liberalização dos juros. E também cortou em 0,5 ponto porcentual, para 17,5%, a proporção de reservas compulsórias dos bancos – o montante que as instituições, obrigatoriamente, precisam deixar depositado na autoridade. Com isso, o PBoC eleva a capacidade dos bancos de fazer operações de crédito, o que é um estímulo adicional à economia.

No momento mais favorável do dia, a Bovespa chegou a marcar a máxima de 48.837 pontos (+2,23%), sendo que, em Nova York e na Europa, os principais índices também mostravam ganhos firmes.

Passado o primeiro impacto das medidas da China, os investidores voltaram a atenção para o ambiente interno. No foco, estiveram os receios com o rombo fiscal do País, que pode se aproximar dos R$ 76 bilhões em 2015 conforme alguns cálculos. Mas alguns outros números que são citados indicam um buraco próximo de R$ 100 bilhões. A mínima do Ibovespa foi registrada no período da tarde, quando o índice marcou 47.502 pontos (-0,56%), para depois encerrar em patamar levemente mais alto.

Os papéis ON da Petrobras cederam 0,92% e os PN caíram 0,37%, em sintonia com o recuo do petróleo em Nova York e em Londres. Além disso, investidores mostravam ansiedade quanto aos resultados da reunião do conselho da estatal, que ocorria hoje.

Por outro lado, Vale ON subiu 0,49% e o papel PNA da mineradora avançou 1,01%, acompanhando suas pares no exterior e sob a influência dos estímulos anunciados na China – o maior comprador global de commodities.

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