Estadão

Ibovespa tem 7ª alta consecutiva com NY, Petrobras e aposta em corte da Selic

O Ibovespa sustentou a sétima alta consecutiva e renovou o pico do ano no fechamento pela quarta sessão seguida nesta segunda-feira, 12, quando encerrou o dia com 117.336,34 pontos, um avanço de 0,27%. A expectativa por um corte da taxa Selic em breve e a aposta de pausa no ciclo de aperto monetário nos Estados Unidos sustentaram o apetite global e doméstico por ativos de risco na sessão.

O ganho do índice brasileiro refletiu em parte o desempenho dos pares de Nova York, que tiveram altas de 1,53% (Nasdaq) a 0,56% (Dow Jones), enquanto os investidores aguardam a decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed) nesta quarta-feira, 16. A ferramenta do CME Group mostra que é majoritária a aposta na manutenção dos juros do país na faixa de 5% a 5,25%.

No noticiário local, falas do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, reforçaram a perspectiva de que um corte da taxa Selic, hoje em 13,75%, está próximo. Após o relatório Focus mostrar redução das expectativas do mercado para a inflação de 2023 a 2026, o chefe da autarquia afirmou que a melhora recente das notícias sobre a inflação e das projeções e a queda dos juros futuros abre espaço para uma "atuação de política monetária".

As declarações levaram a uma queda dos juros futuros e fizeram o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 – mais sensível à condução da política monetária no curto prazo – encerrar a sessão abaixo de 13% pela primeira vez desde março. Como resultado, o índice setorial de consumo da B3 fechou com alta de 0,47%, no maior nível desde novembro do ano passado.

"O bom humor dos últimos dias ficou sustentado, tem um apetite geral por ativos de risco e isso acaba beneficiando os mercados emergentes", afirma o analista da Empiricus Research João Piccioni. "Está todo mundo de olho nas decisões dos bancos centrais, os investidores estão olhando a dinâmica com a cabeça de que devemos começar a caminhar para um afrouxamento monetário."

Os papéis da Petrobras também foram destaque na sessão, com ganho de 1,75% nas ações preferenciais e de 1,27% nas ordinárias, apesar de quedas próximas de 4% nos preços do petróleo. Esse resultado – descolado de pares como PetroRio ON (-3,86%) e 3R Petroleum ON (-2,30%) – respondeu à elevação da recomendação das ações da empresa pelo JPMorgan, de neutro para overweight (equivalente a compra).

O noticiário corporativo também favoreceu o papel preferencial classe A da Braskem, que encerrou o dia com a maior alta do índice (6,01%), impulsionado pela oferta da Unipar de comprar a participação da Novonor (ex-Odebrecht) na petroquímica. Completam a lista de maiores ganhos da sessão Assaí ON (5,86%), Lojas Renner ON (4,54%), Banco do Brasil ON (3,62%) e as units da Klabin (3,29%).

Na ponta oposta, o dia foi negativo para o setor de mineração e siderurgia, prejudicado pela queda de 1,81% nos preços do minério de ferro na Dalian Commodity Exchange, na China, que levou a uma baixa de mesma magnitude nas ações ordinárias da Vale. As maiores perdas do Ibovespa ficaram com as units do Santander Brasil (-3,24%), Hapvida ON (-2,83%), SLC Agrícola ON (-2,74%) e CSN ON (-2,69%), além de PetroRio ON.

Na máxima da sessão, o Ibovespa atingiu os 117.734,99 pontos, o maior nível intradia desde novembro de 2022. Na mínima, chegou a mostrar queda de 0,27%, aos 116.704,14 pontos. O giro financeiro atingiu R$ 28,9 bilhões, acima da média do ano.

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