Ainda que de forma tímida, o Índice Bovespa registrou nesta segunda-feira, 24, sua quarta alta consecutiva, em um ambiente de agenda escassa, mas de expectativa por eventos importantes dos próximos dias. Depois de ter subido 4,5% nos últimos três pregões da semana passada, neta segunda o índice foi contido por movimentos de realização de lucros e terminou o pregão praticamente estável, com alta de 0,05%, aos 102.062,33 pontos. Assim, manteve-se em patamar recorde. Os negócios somaram R$ 12,4 bilhões, abaixo da média das últimas semanas, reforçando o clima de compasso de espera.
Entre os eventos aguardados para a semana estão a divulgação da ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), o IPCA-15 de junho e, externamente, as negociações entre Estados Unidos e China na reunião do G20. No entanto, é a reforma da Previdência que segue como prioridade para o investidor do mercado brasileiro. A declaração do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), de que o relatório da reforma deverá ser votado na comissão especial até quinta-feira (27) reforçou o clima de otimismo do investidor em relação ao avanço da matéria. A ideia é que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) seja votada em plenário até 15 de julho, último dia antes do recesso parlamentar.
Para Ariovaldo Ferreira, gerente de renda variável da H.Commcor, a falta de fôlego mostrada pelo Ibovespa ao longo do pregão revelou movimentos naturais de realização de lucros, uma vez que o índice acumulou ganhos de 4,50% nos últimos três pregões da semana passada. Com o resultado desta segunda, o índice contabiliza valorização de 5,19% no mês.
“Foi um pregão de calmaria, com investidores embolsando um pouco dos ganhos recentes. A expectativa é que o índice busque os 105 mil pontos, mas isso vai acontecer aos poucos. Será necessário que o País vá avançando nas reformas para que o índice busque novos patamares”, afirma.
Para Luiz Roberto Monteiro, operador da mesa institucional da Renascença Corretora, o mercado segue confiante na aprovação da reforma, mas quer ver qual o texto a ser aprovado nesta semana na comissão especial. “O mercado subiu em função da expectativa de avanço da matéria, mas estará atento às modificações no texto. O investidor quer saber qual será ao final o tamanho da desidratação da reforma; se ela terá impacto considerável, próximo do que o governo espera”, afirma.