Estadão

Ibovespa tem instabilidade, mas tenta defender os 107 mil pontos com alta em NY

O Ibovespa opera com instabilidade na manhã desta quarta-feira, 10, dividindo-se entre dar uma pausa após quatro pregões seguidos de valorização e seguir a alta das bolsas americanas. Por aqui, os investidores seguem no aguardo da votação do arcabouço fiscal.

Nesta quarta, o relator do projeto que cria as novas regras, deputado Claudio Cajado (PP-BA), disse, à <i>GloboNews</i>, que o esboço de seu relatório sobre o assunto está pronto e que agora espera devolutivas do Poder Executivo para poder avançar com a tramitação.

"O arcabouço era esperado para março e até agora não saiu nada. Até votarem a proposta, vai demorar, está se arrastando. Ou seja, não tem novidades que ajudem a motivar o Ibovespa", avalia Luiz Roberto Monteiro, operador da mesa institucional da Renascença.

Em Nova York, as bolsas avançam, com destaque para o índice Nasdaq, que sobe mais de 1% nesta manhã, refletindo o índice de inflação ao consumidor (CPI) dos Estados Unidos, em linha com o esperado. Vale ressaltar que a leitura anual de abril do CPI cheio ficou um pouco abaixo do esperado por analistas, indicando desaceleração, o que pode fazer com que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) seja um pouco menos duro em suas decisões à frente.

Após o CPI, o monitoramento do CME Group mostra reforçava-se a chance de corte de juros nos EUA até setembro. A opção por algum relaxamento já era majoritária antes do dado, mas essa alternativa foi reforçada.

"Daria para o Ibovespa seguir o exterior, com um CPI animando o mercado, ao ficar um pouco abaixo do esperado dado interanual, em meio a expectativas de que o Fed comece a dar um pouco mais de sinal de que não vai mais subir juros. Essa ideia, óbvio, alimentaria um pouco mais a expectativa de tomada de risco em emergentes", avalia João Piccioni, analista da Empiricus Research.

Na comparação anual, o índice cheio do CPI dos EUA subiu 4,9% em abril, desacelerando levemente em relação ao ganho de 5,0% de março e abaixo da projeção, que previa acréscimo de 5,0.

Porém, o Índice Bovespa não consegue acompanhar o exterior. Além de vir de quatro fechamentos seguidos de altas, a queda do petróleo superior a 1,50% no exterior contamina as ações ligadas ao setor e até mesmo às com relação ao minério de ferro, dado que esse subiu apenas 0,28% em Dalian, na China.

Uma das leituras é a de que com um CPI sugerindo algum arrefecimento da inflação nos Estados Unidos, o risco de desaquecimento da economia ganha força, elevando temores com a relação à demanda mundial por commodities.

"É preciso cuidado ao avaliar o CPI. A inflação de serviços nos Estados Unidos ainda continua resiliente e aumentou um pouco a da parte de commodities", observa Piccioni.

Ontem, o Ibovespa fechou com alta de 1,01%, aos 107.113,66 pontos, maior nível desde 23 de fevereiro. Com isso, vai se aproximando cada vez mais da importante barreira dos 108.300 pontos, conforme destaca a análise gráfica do Itaú BBA. Caso essa marca seja superada, avalia que o indicador iniciará tendência de alta visando o médio prazo.

Na agenda interna, foi divulgada a produção industrial, que subiu 1,1% em março ante fevereiro, na série com ajuste sazonal, mais que a mediana positiva de 1,0% esperada pelo mercado. Já o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) recuou 1,13% na primeira prévia de maio, após cair 0,90% na mesma leitura de abril.

Às 11h26, o Ibovespa subia 0,07%, aos 107.193,73 pontos, ante máxima aos 107.461,87 pontos, em alta de 0,33%, e após mínima aos 106.538,01 pontos (-0,01%). Vale ON perdia 1,10% e Petrobrás caía 0,45% (ON) e -0,77% (PN).

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