O cenário de cautela ainda não se dissipou no mercado internacional e impõe queda firme ao Ibovespa nesta segunda-feira, 22. Nos piores momentos, o índice chegou a oscilar na casa dos 109 mil pontos, mas vem se estabilizando no patamar dos 110 mil pontos, com queda em torno de 1%. Com os investidores ainda bem focados na política monetária dos Estados Unidos, a expectativa da semana deve se concentrar no seminário de Jackson Hole, mais precisamente no discurso do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, na sexta-feira, 26.
Até lá, indicadores de inflação e atividade econômica nos Estados Unidos, China, Europa e Brasil serão acompanhados de perto.
Segundo João Gabriel Abdouni, analista da casa de análises Inv, o movimento ainda pode ser considerado como uma realização de lucros, embalada pelas bolsas internacionais. "O movimento generalizado de sell-off no exterior leva os investidores de ETF e EWZ a se desfazerem de posições em Brasil, o que acaba por determinar essa nova queda", afirma.
Nesse ambiente, afirma, nem mesmo o anúncio de estímulos econômicos feito ontem pelo banco central da China ameniza as pressões por aqui.
Às 11h22, o Ibovespa marcava 110.221,55 pontos, em baixa de 1,14%. Com o petróleo registrando perdas de mais de 4% no exterior, as ações da Petrobras recuavam em torno de 1,5%.
Mantido o atual patamar até o final do pregão, o Ibovespa reduzirá os ganhos acumulados em agosto para a faixa dos 7%, contra mais de 10% contabilizados até a última quinta-feira.