O Índice Bovespa operou em alta leve na primeira meia hora de negociação, apoiado em fatores como a queda do dólar, a recuperação dos preços do petróleo e o noticiário corporativo positivo. Mas perdeu fôlego pouco depois, com as atenções dos investidores concentradas no ambiente político doméstico, que tem forte potencial para gerar volatilidade no mercado.
Em entrevista coletiva pela manhã, o secretário especial do Tesouro e Orçamento do Ministério da Economia, Bruno Funchal, afirmou que a equipe econômica não considera uma boa alternativa começar a excluir do teto de gastos despesas como os precatórios.
A manobra chegou a ser cogitada por lideranças do governo no Congresso. "No fundo, os precatórios acabam sendo uma despesa que continuaria sem previsibilidade. Haveria menos incentivo para entender por que essa despesa cresce tanto. Além disso, tirando precatório do teto, abriria espaço grande no orçamento. Pode soar muito como oportunismo", disse.
Além da questão fiscal, segue no radar do investidor a movimentação política em Brasília. No dia em que o plenário da Câmara deve votar a PEC do voto impresso, o presidente Jair Bolsonaro prestigiou um desfile de veículos bélicos na porta do Palácio do Planalto.
O ato é considerado como forma de pressão aos parlamentares e é alvo de críticas na CPI da Covid nesta manhã.
Nove partidos divulgaram uma nota hoje de repúdio ao desfile militar. Para as legendas, diante das sucessivas acusações do presidente Jair Bolsonaro contra os Poderes e da votação do projeto do voto impresso, "o desfile é uma clara tentativa de constrangimento ao Congresso Nacional".
Às 10h53, o Ibovespa tinha alta de 0,02%, aos 123.045,39 pontos. Com o petróleo se recuperando das perdas, Petrobrás ON e PN avançavam 1,25% e 0,96%, respectivamente. As siderúrgicas também subiam, com destaque para Vale ON (+0,83%) e Usiminas PNA (+1,72%).