Economia

Ibovespa termina na mínima, ainda impactada pelo Fed

A Bovespa continuou a refletir nesta quinta-feira, 29, a leitura de que o Federal Reserve poderá subir juros já em dezembro, após a decisão de ontem do BC americano. Com isso, a bolsa brasileira recuou pelo quinto dia consecutivo, ainda penalizada por balanços e pelos indicadores fracos da economia brasileira.

O Ibovespa fechou em queda de 2,38%, na mínima pontuação do dia, aos 45.628,35 pontos. Esse é o menor nível desde o dia 1º de outubro, quando terminou aos 45.313,27 pontos. Na máxima da sessão, o índice operou estável, aos 46.740 pontos. No mês, acumula alta de 1,26% e, no ano, recuo de 8,76%. Foi a quinta queda seguida, período no qual acumulou -4,48%. O giro financeiro totalizou R$ 5,376 bilhões.

Pela manhã, o Tesouro informou um déficit primário para o Governo Central (formado por Previdência, Banco Central e Tesouro) de R$ 6,932 bilhões em setembro. O resultado de setembro foi ruim – ainda mais por ter elevado o déficit primário acumulado em 2015 para R$ 20,938 bilhões, o pior resultado da história -, mas foi um pouco melhor que o esperado. A mediana das expectativas do mercado financeiro indicava saldo negativo de R$ 13,600 bilhões.

À tarde, o Banco Central informou que o setor público consolidado (formado por Governo Central, Estados, municípios e estatais, com exceção de Petrobras e Eletrobras) teve déficit primário de R$ 7,318 bilhões em setembro, também melhor que o resultado negativo de R$ 8,350 bilhões projetado pelo mercado.

Na Bovespa, apesar dos dados fiscais menos ruins, a percepção geral dos investidores em relação ao Brasil continuou negativa, o que amplificou o efeito trazido pela decisão de ontem do Fed. A simples perspectiva de mais juros nos EUA, conforme profissionais, já tira a atratividade das ações, sobretudo de emergentes e de países com problemas, como o Brasil. Estrangeiros atuaram na ponta de venda de ações.

No fim do dia, a Usiminas, que indicou prejuízo líquido de R$ 1,042 bilhão no terceiro trimestre ante R$ 24 milhões de perdas no mesmo período do ano passado, registrou perdas de 3,44% nos papéis PNA e de 5,95% nos ON. CSN ON recuou 6,51%.

Petrobras também acabou perdendo força e virando para baixo, embora tenha operado no azul em grande parte do dia. A ação ON cedeu 1,06% e a PN caiu 1,17%.

Gerdau, com prejuízo de R$ 1,958 bilhão no terceiro trimestre, caiu 1,27% na PN, enquanto Metalúrgica Gerdau PN cedeu 1,95%.

Bradesco PN cedeu 4,49%, após o balanço desapontar, e a ação ON recuou 3,89%.

Nos EUA, o Dow Jones recuava 0,03% às 17h41, o S&P subia 0,05% e o Nasdaq tinha baixa de 0,33%.

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