Política

Ideologia de gênero esquenta debate na Câmara Municipal

Em discussão calorosa, os vereadores Pastor Anistaldo (PSC) e Genilda (PT) travaram uma batalha sobre ideologia de gênero nesta terça-feira, 14, durante sessão da Câmara Municipal. Da tribuna, o pastor questionou o artigo 14 do projeto de lei 5629/2017, que dispõe sobre o Plano Municipal de Educação da Cidade entre 2017 e 2024 e está em fase de discussão e deliberação na Casa. 
 
O vereador questiona o uso de palavras como diversidade e orientação sexual no texto, o que, segundo ele, daria liberdade aos professores de aplicarem “uma ideologia de gênero” aos alunos. “Eles querem deixar livre dentro das escolas para que os professores orientem sexualmente as crianças. Imaginem o absurdo, porque nós não sabemos a ideologia na cabeça dos professores”, disse Anistaldo.
 
O pastor se vangloriou de ter “um filho que nasceu homem e que continua homem graças a Deus”. Afirmou ter a garantia do prefeito Guti (PSB) de que a ideologia de gênero não será tema do Plano Municipal de Educação. E já não é, tanto que o capítulo que tratava mais especificamente do assunto foi retirado em discussões anteriores pelos vereadores. Anistaldo é pastor da igreja evangélica há 15 anos e bacharel em Teologia e Gestão Pública. 
 
Contrária à posição do Pastor Anilstaldo, a vereadora Genilda, que é pedagoga pela Universidade Estadual Paulista (Unesp), rebateu. “Ele entende que se as palavras diversidade e orientação sexual estiverem no Plano Municipal de Educação significa que o professor vai ensinar coisas que não deve. Ora, isso é subestimar demais a categoria dos professores”.
 
Para a vereadora, a ação do pastor subestima e julga negativamente o professor que defende a discussão de gênero na escola, a partir justamente de um desconhecimento do conceito do que é discussão de gênero. “A escola é um reflexo da sociedade e querer privá-la da diversidade que existe na sociedade é um erro. Temos que convier com esta diversidade, mesmo que eu discorde. Não podemos impor o desejo de uma religião, que não é o desejo de todo mundo”, avaliou a parlamentar.
 
 
 
 

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