O ex-presidente do Iêmen, Ali Abdullah Saleh, disse que estaria aberto ao diálogo com a coalizão liderada pelos sauditas se houver um cessar-fogo. Enquanto isso, combatentes das forças de Saleh entraram em confronto com os rebeldes Houthis, apoiados pelo Irã, na capital do Iêmen, Sanaa, sinalizando a desintegração na aliança rebelde.
Saleh disse em uma entrevista televisionada neste sábado à rede al-Youm que ele está disposto a abrir uma “nova página” para lidar com a coalizão saudita se ela encerrasse o bloqueio ao país. A rede de televisão Al-Masirah, dirigida pelos rebeldes, citou um porta-voz dos Houthi dizendo que as palavras de Saleh eram “um golpe contra a aliança e a parceria”.
Saleh, que liderou o Iêmen por mais de 30 anos, foi deposto após as reviravoltas da Primavera Árabe de 2011. Ele mais tarde se juntou aos Houthis para expulsar o seu sucessor na Presidência, Abed Rabbo Mansour Hadi, da capital em 2014.
A coalizão liderada pelos sauditas e apoiada pelos EUA tem lutado para derrotar os Houthis e as forças de Saleh no Iêmen desde março de 2015. A coalizão impôs um bloqueio no país, permitindo o acesso humanitário ocasional, com o objetivo de restabelecer o governo reconhecido internacionalmente de Hadi.
As Nações Unidas pediram à coalizão em um comunicado neste sábado para “suspender completamente” o bloqueio nos portos do Mar Vermelho do Iêmen, dizendo que a suspensão parcial apenas “retarda o colapso em direção a uma tragédia humanitária enorme que custa milhões de vidas”.
Enquanto isso, confrontos entre facções rivais na capital do Iêmen continuavam pelo quarto dia. Forças leais ao ex-presidente e os rebeldes Houthis se enfrentavam nas ruas de Sanaa. Não há estimativa oficial sobre o número de vítimas. Moradores relataram que grandes explosões foram ouvidas pela cidade durante a madrugada e no sábado de manhã. Eles falaram sob condição de anonimato, temendo represálias. Fonte: Associated Press.