O Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) registrou alta de 1,25% em dezembro, após uma queda de 0,58% em novembro, divulgou nesta quinta-feira, 6, a Fundação Getulio Vargas (FGV). O resultado do indicador ficou dentro do intervalo das previsões do mercado financeiro, que estimavam uma alta desde 0,94% a 1,69%, com mediana positiva de 1,54%, de acordo com as instituições ouvidas pelo <i>Projeções Broadcast</i>. Com o resultado, o IGP-DI acumulou uma elevação de 17,74% no ano de 2021.
A FGV informou ainda os resultados dos três indicadores que compõem o IGP-DI. O IPA-DI, que representa o atacado, teve elevação de 1,54% em dezembro, ante uma redução de 1,16% em novembro. O IPC-DI, que apura a evolução de preços no varejo, subiu 0,57% em dezembro, após a alta de 1,08% em novembro. Já o INCC-DI, que mensura o impacto de preços na construção, teve elevação de 0,35% em dezembro, depois da alta de 0,67% em novembro.
O período de coleta de preços para o índice de dezembro foi do dia 1º ao dia 31 do mês.
As quedas de 0,36% no custo da gasolina e de 2,00% no etanol ajudaram a aliviar a inflação ao consumidor dentro do IGP-DI de dezembro. Dentro do IPC-DI, quatro das oito classes de despesa registraram taxas de variação mais baixas: Transportes (de 3,07% em novembro para 0,28% em dezembro), Educação, Leitura e Recreação (de 1,51% para 0,56%), Comunicação (de 0,09% para -0,08%) e Despesas Diversas (de 0,20% para 0,11%). Os destaques foram os itens gasolina (de 7,44% para -0,36%), passagem aérea (de 8,87% para 2,84%), combo de telefonia, internet e TV por assinatura (de 0,11% para -0,16%) e cigarros (de 0,76% para 0,28%).
Na direção oposta, as taxas foram mais elevadas nos grupos Habitação (de 0,56% para 1,10%), Vestuário (de 0,59% para 0,97%), Alimentação (de 0,66% para 0,72%) e Saúde e Cuidados Pessoais (de 0,16% para 0,21%), influenciadas pelos itens: tarifa de eletricidade residencial (de 0,63% para 3,06%), calçados (de 0,37% para 1,36%), frutas (de -0,52% para 9,34%) e serviços de cuidados pessoais (de 0,23% para 0,55%).
O núcleo do IPC-DI passou de alta de 0,43% em novembro para 0,53% em dezembro. Dos 85 itens componentes do IPC, 31 foram excluídos do cálculo do núcleo – que é usado para mensurar tendências e calculado a partir da exclusão das principais quedas e das mais expressivas altas de preços no varejo. Ainda de acordo com a FGV, o núcleo acumulou uma elevação 4,96% no ano de 2021.
O índice de difusão, que mede a proporção de itens com aumentos de preços, passou de 69,35% em novembro para 68,39% em dezembro.
<b>Construção</b>
A alta mais branda no custo dos materiais de construção e a estabilidade da mão de obra arrefeceram a inflação do setor no IGP-DI. O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-DI) passou de um avanço de 0,67% em novembro para uma elevação de 0,35% em dezembro.
O índice relativo a Materiais, Equipamentos e Serviços saiu de uma alta de 0,95% em novembro para um aumento de 0,67% no mês passado. O custo dos Materiais e Equipamentos passou de alta de 1,03% em novembro para um avanço de 0,69% em dezembro, enquanto os Serviços saíram de 0,52% para 0,60%.
Já o índice que representa o custo da Mão de Obra passou de aumento de 0,38% no penúltimo mês do ano para uma estabilidade (0,00%) em dezembro.
<b>IPAs</b>
Os preços dos produtos agropecuários no atacado medidos pelo IPA Agrícola subiram 1,54% em dezembro, depois de uma queda de 1,71% em novembro, dentro do IGP-DI. Os produtos industriais – mensurados pelo IPA Industrial – também avançaram 1,54% em dezembro, ante recuo de 0,93% em novembro.
Dentro do Índice de Preços por Atacado segundo Estágios de Processamento (IPA-EP), que permite visualizar a transmissão de preços ao longo da cadeia produtiva, os preços dos bens finais tiveram alta de 0,23% em dezembro, ante um avanço de 0,62% em novembro.
Os preços dos bens intermediários caíram 0,03% em dezembro, depois de subirem 2,68% em novembro. Os preços das matérias-primas brutas registraram elevação de 4,40% em dezembro, após uma redução de 6,40% em novembro.