O Instituto Internacional de Finanças (IIF) avalia que o Brasil enfrenta um quadro de estagflação, com combinação de crescimento econômico lento e taxas de inflação elevadas. Em relatório divulgado nesta terça-feira, 19, a entidade ressalta que México, Indonésia e Índia também se enquadram nessa categoria.
Segundo o IIF, em muitas países emergentes, a escalada inflacionária coexiste com uma recuperação incompleta de recessões anteriores à emergência da covid-19. Isso significa que a demanda não é a fonte principal das pressões inflacionárias. . "Choques de oferta provavelmente explicam a alta da inflação", pontua.
O instituto ressalta que a economia brasileira, assim como a mexicana, "caiu abaixo de tendências razoáveis" antes mesmo da pandemia. "Se os choques de oferta diminuírem em algum momento, a inflação dos mercados emergentes pode esfriar mais rápido do que o esperado", destaca.
Na contramão, a instituição entende que Chile e Colômbia exibem desempenho marcado por atividade forte e inflação alta.
De acordo com a análise, os chilenos estão em melhor posição para conter o movimento ao longo deste ano do que os colombianos, devido à expectativa por aperto da política fiscal. "Mesmo que as medidas de relaxamento em consideração sejam aprovadas, os cortes de gastos ultrapassarão 5% do Produto Interno Bruto (PIB)", prevê.
No caso da China, o IIF vê o núcleo de inflação ainda fraco, embora não haja sinais de capacidade ociosa na economia.
Para o instituto, no quarto trimestre de 2021, o PIB chinês estava em nível consistente com crescimento de 5% no período de 2020 e 2021. "Se os dados forem precisos, a ligação entre atividade e a inflação na China é um enigma, especialmente devido aos choques de oferta global", ressalta.