O crescimento global em 2024 deve ficar mais moderado com as taxas reais de juros elevadas e políticas fiscais ligeiramente mais restritivas na maioria das economias avançadas restringindo a atividade econômica. Mas a tensão geopolítica no Oriente Médio não devem se alastrar a ponto de ter um impacto disseminado, ainda que deverão ter impacto relevante para a atividade de países diretamente envolvidos, segundo o Institute of International Finance (IIF).
O PIB global deve crescer 2,8% em 2024, o que representará uma moderação ante a expansão de 3,1% no ano passado, de acordo com o cenário básico traçado no relatório do IIF, que reúne 400 membros da indústria financeira de mais de 60 países.
O instituto atribui uma probabilidade de 70% ao seu cenário básico e de 30% a um cenário pessimista. No pior cenário, com alastramento das tensões geopolíticas e com um aumento hipotético de 40% do petróleo e do gás, o ritmo de expansão global ficaria mais moderado, com crescimento de 2,4%.
Ainda no cenário básico, o IIF projeta que a expansão nos EUA irá desacelerar de 2,5% em 2023 para 2% em 2024. "O crescimento mais lento provavelmente será visto como positivo pelo Fed", de acordo com o documento com data desta quinta-feira, 15.
Para as economias avançadas, o principal risco das tensões do Oriente Médio viria de potenciais restrições de oferta, o que poderia provocar retomada das pressões inflacionárias e manutenção das taxas de juros mais altas por mais tempo.
O IIF espera que a zona do euro flerte com uma recessão moderada, à medida que os custos de financiamento mais elevados comprimem a procura de empréstimos. Para a China, a apatia do sentimento do consumidor e a continuidade de uma recessão no setor imobiliário serão pesos sobre a demanda e a atividade. A demanda mais baixa da China deve manter os preços das commodities como um todo estáveis em 2024.
<b>Petróleo e efeitos das tensões no Oriente Médio</b>
Em relação ao petróleo, o IIF prevê uma cotação média de US$ 80 para barril do petróleo em 2024 no cenário básico. Mas o alastramento das tensões pode elevar a cotação para a marca de US$ 120,00.
O impacto econômico das tensões no Oriente Médio deve ficar confinado a países mais afetados pelo atual conflito em Gaza, como Israel, Egito e Líbano, diz o IFF. No entanto, a incerteza geopolítica ainda terá repercussões adversas em muitos dos países da região, através de menor consumo privado e investimento, menor turismo, custos maiores de importação e uma elevação do risco crescente que está aumentando os custos dos empréstimos.
No cenário base, o IIF vê crescimento geral do Oriente Médio de 1,6%, com contração da economia do Líbano (-1,2%) e Israel (-0,9%).
Para a América Latina, o IIF projeta expansão de 2,1% no cenário básico e de 2%, se houver deterioração da situação geopolítica no Oriente Médio.