Economia

IMFC:emergente está melhor preparado para adversidade

Os países emergentes estão mais bem preparados para lidar com condições financeiras e monetárias mais duras que se desenham para a economia mundial, mas muitos destes países devem enfrentar volatilidade, pressão nas moedas e nos fluxos de capital, afirma o comunicado final do Comitê Monetário e Financeiro Internacional (IMFC, na sigla em inglês), órgão máximo que dá as diretrizes políticas para o Fundo Monetário Internacional (FMI). “Os riscos para a economia global aumentaram”, destaca o documento. Alguns emergentes conseguiram melhorar fundamentos e construir amortecedores, por isso devem conseguir lidar com um ambiente externo menos favorável. Mas outros emergentes, em especial aqueles com empresas muito endividadas em dólar, podem sofrer pressões adicionais, sobretudo porque a moeda dos Estados Unidos se valoriza e o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) se aproxima momento de elevar os juros.

“A recuperação da economia mundial continua, mas o crescimento mundial permanece modesto e desigual”, afirma o presidente do Banco do México e também do IMFC, Agustin Carstens, em uma entrevista coletiva em Lima. Os riscos para a piora do cenário aumentaram, disse ele. Um dos temores é que quedas adicionais dos preços das commodities pressionem ainda mais para baixo a atividade econômica de alguns países e o crescimento se reduza de um nível que já é baixo.

“A incerteza e a volatilidade no mercado financeiro cresceram e as perspectivas de crescimento de médio prazo pioraram”, afirma o documento. Nos países desenvolvidos, o Produto Interno Bruto (PIB) deve se acelerar apenas de forma modesta, enquanto nos emergentes a situação é mais heterogênea e a China deve seguir reduzindo o ritmo de expansão.

A prioridade dos governos neste cenário é tomar medidas para elevar o crescimento potencial, manter a estabilidade financeira, gerar emprego e preservar as contas fiscais.

Nos países desenvolvidos, a política monetária acomodatícia, ou seja, de juros baixos, devem ser mantidas “onde apropriado”. Nos emergentes, os governos devem lançar mão de medidas para garantir uma “transição suave” em direção a condições severas mais difíceis que devem ocorrer na economia mundial.

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