O impacto da pandemia de covid-19 nas distribuidoras de energia elétrica até agora, desde a adoção de medidas de isolamento social, em 18 de março, é estimado em R$ 4,623 bilhões, segundo informou o Ministério de Minas e Energia, em boletim semanal sobre o impacto da covid-19 no setor. A maior parte desse valor, ou R$ 3,478 bilhões, se refere ao aumento da inadimplência.
Segundo o MME, a inadimplência acumulada desde março alcançou 15,08%, ante média mensal de 3,27% no primeiro semestre de 2019.
Considerando somente a inadimplência dos últimos 30 dias, o índice chegou a 14,74% no início de maio, levando em conta os dados de 41 concessionárias de distribuição.
O impacto estimado da covid-19 para os últimos 30 dias foi de R$ 4,1 bilhões, dos quais R$ 2,048 bilhões devido ao maior volume de contas de luz em atraso.
Há também um impacto estimado de R$ 2,057 bilhões decorrente da redução do faturamento por causa da pandemia. O MME aponta que somente no último domingo a carga média de energia do Sistema Interligado Nacional foi 17,16% menor em relação à curva típica anterior às medidas de restrição.).
No total, as distribuidoras consultadas indicaram um faturamento de R$ 15,213 bilhões nos últimos 30 dias, ante a média mensal de R$ 19,318 bilhões observada no primeiro semestre do ano passado.
O governo vem estruturando um empréstimo para socorrer o setor elétrico. O valor atualmente estimado para operação é de R$ 10 bilhões a R$ 12 bilhões, com custos que deverão ser divididos entre consumidores e empresas.
A expectativa é de que um eventual financiamento para cobrir essa inadimplência maior não gere impacto nas tarifas, ou seja, que as distribuidoras assumam seus custos integralmente. O decreto que detalhara a operação deve ser publicado nesta semana.