O Impostômetro da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) alcançou nesta quarta-feira, 19, às 7h53, a marca de R$ 1 trilhão em tributos arrecadados desde o primeiro dia do ano pelos governos federal, estaduais e municipais. Entram na contabilidade impostos, taxas e contribuições, incluindo as multas, juros e a correção monetária. No ano passado, esta marca foi superada em 27 de junho. Já em 2019, o relógio ultrapassou este montante em 24 de maio.
O índice aponta que os contribuintes brasileiros devem pagar mais dinheiro para os cofres públicos neste ano do que pagaram em 2020 e, até mesmo, em 2019, época sem pandemia. Foram determinantes para o alcance dessa marca o aumento da inflação no período, comparada com as elevações de preços de produtos registradas anteriormente, a desvalorização do real frente ao dólar e o crescimento da economia em alguns setores.
Na análise de Marcel Solimeo, economista-chefe da Associação Comercial de São Paulo, "várias prestações de serviços e o comércio estão sendo muito afetados na pandemia, mas atividades que geram muitos impostos cresceram bastante também", a exemplo das exportações e do montante das vendas em supermercados. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), de 2016 a 2019, os brasileiros tiveram de trabalhar 153 dias para pagar impostos. No ano passado, foram 151.
Os impostos pagos no Estado de São Paulo para o poder público representam em torno de 38% do total de tudo aquilo que é arrecadado no Brasil. Por este motivo, vale destacar também que o aumento da alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) de vários produtos em vigor desde o início do ano acabou impactando neste montante.
Diante da marca, Solimeo alerta que "a arrecadação boa para o Brasil é aquela que vem do crescimento das atividades econômicas e não do aumento de impostos".