São Paulo, 28 (AE) – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou em entrevista realizada na sexta-feira que um imposto de 20% sobre as importações mexicanas é uma opção, mas que não há uma decisão sobre o tema. “É algo que eu posso impor, se quiser”, afirmou Trump durante entrevista à Christian Broadcasting Network (CBN), uma emissora cristã do país. O novo presidente americano disse que os governos dos dois países têm mantido conversações e que “estamos nos dando bastante bem”. “Vamos ver o que acontece”, comentou Trump sobre a possibilidade de impor o imposto.
Na sexta-feira, o republicano e o presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, falaram por telefone. Segundo Trump, houve uma “conversação muito calorosa” entre as partes. Questionado sobre se um imposto sobre o vizinho não poderia acabar encarecendo produtos nos EUA, Trump disse que essa seria uma possibilidade, mas isso “também cria empregos”.
O novo presidente tem afirmado que o México se aproveita dos EUA por causa do grande superávit comercial que tem com o vizinho do norte. Além disso, outro motivo de divergência é o projeto de Trump de construir um muro na fronteira, que ele quer obrigar os mexicanos a pagar, o que estes rechaçam. Diante das divergências, Peña Nieto cancelou uma visita que faria aos EUA na próxima semana.
Na entrevista, Trump também disse que tem se apegado mais em Deus, após assumir a presidência americana. Segundo ele, o posto que ocupa é tão poderoso que “você precisa de Deus”, sobretudo porque suas decisões “são de vida ou morte”, comentou, citando como exemplo a reforma que ele pretende fazer no seguro-saúde dos americanos, desmontando o programa de saúde desenhado pelo governo de Barack Obama, conhecido como Obamacare. Trump diz que acabará com o Obamacare e colocará outra opção no lugar simultaneamente.
A CBN divulgou trechos da entrevista em seu site na madrugada deste sábado. Em outros excertos divulgados na sexta-feira, Trump afirmou que os cristãos “adorarão” a escolha dele para a Suprema Corte e também disse que privilegiará os cristãos como refugiados que os EUA passarão a receber. “Se você é um cristão na Síria, é muito difícil entrar nos EUA. Se você é um muçulmano, pode vir”, disse, afirmando que pretende mudar esse quadro.