Desde que foi inaugurada em 2007, o campus Guarulhos da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) é uma verdadeira coleção de problemas. Instalada às pressas em um espaço não adequado, não demorou para que os estudantes, professores e funcionários começassem a protestar por uma série de questões. Em 2011, o ano letivo não chegou ao final, devido a um longo período de paralisação, que contou inclusive com invasão do campus pelos alunos.
Como o governo federal não conseguiu resolver os problemas, por causa de atrasos em licitações, a unidade de Guarulhos teve de trocar de endereço no dia 21 para permitir as obras no campus Pimentas. Alunos e professores esperavam o prédio desde 2007, quando a unidade foi inaugurada. A construção deve durar pelo menos dois anos. Para alocar os cursos, a Unifesp alugou o prédio onde funcionava a Torricelli, na rua do Rosário, no centro da cidade por R$ 250 mil mensais.
Em reportagem publicada pelo Estadão, alunos reclamam da improvisação. "O prédio é de um colégio, não atende à universidade. As salas são menores e não dão as condições necessárias", critica o estudante de Filosofia Marcos Oliveira, de 34 anos. Outra reclamação é sobre o transporte entre o novo endereço e a antiga unidade. "Sempre estão superlotados", diz Oliveira.
O diretor do câmpus Guarulhos, Daniel Vazquez, admite que houve transtornos, mas garante que já foram providenciados ajustes. "Toda mudança tem um período de acomodação." Segundo ele, problemas com acesso à internet nos laboratórios, a falta de materiais e de ônibus foram resolvidos.
Para o presidente da Associação dos Docentes da Unifesp, Raul Hernandez, o aumento do acesso ao ensino superior foi importante com a expansão, mas houve descompassos estruturais, como na demanda de moradia estudantil e refeitórios. "A expansão não equacionou corretamente a quantidade de docentes, técnicos e estudantes."