Estadão

É improvável que próxima mudança nos juros seja uma elevação, afirma Powell

O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, foi questionado durante entrevista coletiva nesta quarta-feira sobre a possibilidade de mais elevação nos juros, mas afirmou que considera "improvável" que a próxima mudança nos juros nos Estados Unidos seja uma alta. Segundo ele, seria preciso ver indícios de que a política monetária não está restritiva o suficiente, para se decidir por apertá-la mais.

Durante a coletiva após a decisão de manutenção de juros pela autoridade monetária dos EUA, Powell reforçou que o Fed tomará suas decisões reunião a reunião.

Segundo ele, os indicadores darão a resposta sobre se o BC está ou não "suficientemente restritivo". As decisões, nesse contexto, dependerão dos próximos indicadores e da evolução do cenário, acrescentou.

De qualquer modo, ele repetiu que o Fed hoje está sinalizando que "vai demorar mais tempo" até ter confiança suficiente na inflação para decidir por um corte nos juros. Powell comentou que não é possível no momento saber quanto tempo demorará para surgir essa confiança.

A expectativa dele, de qualquer modo, é que neste ano a inflação arrefeça, mas Powell acrescentou que essa confiança está menor agora, depois de dados recentes. De qualquer modo, a autoridade disse que não tinha uma estimativa para a probabilidade de que não ocorram cortes de juros, e acrescentou que "tem sido muito difícil fazer previsões" sobre a economia em geral.

Powell reafirmou o compromisso de fazer "o que for possível" para atingir as metas do Fed em emprego e inflação. Segundo ele, a política monetária atual está "claramente restritiva", o que pesa na demanda e impõe pressão de baixa na atividade e na inflação.

<b>Balanço</b>

O presidente do Federal Reserve discordou, ao ser questionado durante entrevista coletiva, de que pudesse haver uma incongruência entre o fato de que o Fed manteve os juros, mas ajustou para baixo o ritmo da redução em seu balanço.

Segundo ele, a redução nesse ritmo do corte do balanço "não fornece acomodação" nem é menos restritiva.

A intenção, de acordo com ele, é tornar mais suave o processo de redução no balanço, a fim de evitar sobressaltos vistos na ocasião anterior em que o Fed conduziu esse processo.

Segundo Powell, desacelerar a redução do balanço ajuda a evitar estresses no mercado monetário.

Além disso, ele lembrou que esse plano de reduzir o ritmo do corte no balanço já era antigo, e agora será colocado em prática, conforme detalhado nesta quarta pela instituição.

De qualquer modo, o presidente do Fed enfatizou que as taxas de juros são o principal instrumento de política monetária.

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