Opinião

Impunidade ainda prevalece

A pesquisa “Retratos da Sociedade Brasileira: Segurança Pública”, feita pelo Ibope e divulgada ontem pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), revela que quase metade da população (46%) se mostra a favor da adoção da pena de morte no Brasil, enquanto a mesma parcela é contra esta medida. Os dados podem demonstrar um grande descontentamento da sociedade em relação às políticas de segurança pública.


Os entrevistados também demonstram que a impunidade é uma das principais razões para o aumento da criminalidade. 66% deram essa resposta. Assim, defendem políticas de tolerância zero e penas mais duras, como a prisão perpétua. Assim, 31% se dizem totalmente a favor da pena de morte, enquanto  totalmente contra  são 34%. Ou seja, a divisão é bem equilibrada. De acordo com a CNI-Ibope, 69% (51% totalmente a favor e 18% parcialmente) dos entrevistados são favoráveis à prisão perpétua, enquanto 23% são totalmente ou parcialmente contrários. 


A mesma pesquisa revela que quase 80% dos brasileiros presenciaram algum tipo de violência ou criminalidade nos últimos 12 meses. O uso de drogas nas ruas é citado como o ato de principal incidência. Dá para perceber que a sociedade está acuada, por mais que os órgãos oficiais divulguem seguidamente quedas nos índices de criminalidade.


Desta forma, a violência influenciou diretamente na vida de 80% dos entrevistados, que disseram ter mudado de hábitos –como evitar andar com dinheiro, por exemplo– para evitar ataques. As pessoas não estão podendo circular livremente pela cidade. Entre os setores que mais preocupam os brasileiros no dia a dia, a segurança pública (33%) só perde para a saúde (52%). As drogas aparecem em terceiro lugar, com 29%.


Para melhorar a situação, a pesquisa sinaliza como principais ações melhorias nos salários dos policiais (42%), formação profissional (41%) e punição a atos criminosos (37%). Ou seja, qualquer ação para melhorar a sensação de segurança passa necessariamente pela valorização das pessoas que atuam, sobretudo os agentes públicos, os policiais.

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