A quantidade de empresas brasileiras inadimplentes em abril cresceu 4,30% em relação ao mesmo mês do ano passado, apontam dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). O movimento representa a menor variação para o mês de abril desde 2011, quando foi iniciada a série histórica do indicador de empresas inadimplentes. Na avaliação entre abril e março, foi verificada alta de 0,75%.
O presidente da CNDL, Honório Pinheiro, avalia que a queda do faturamento das empresas, em função do recuo da atividade econômica, tem pressionado a capacidade dos empresários manterem as contas em dia. “Mas, por outro lado, os índices vêm crescendo em um ritmo menor em decorrência da maior restrição ao crédito e da menor propensão a investir. Com menos custos e menos tomada de crédito, consequentemente, há menos endividamento”, afirmou em nota.
Segmentos
Entre os devedores, empresas do segmento de serviços lideram a alta da inadimplência em abril, com 7,31% de alta em comparação a abril de 2016. Na sequência, houve alta de 3,90% entre indústrias e avanço de 3,12% no comércio, na mesma base de comparação. Na contramão, o setor agrícola apresentou queda de 1,57% na quantidade de empresas com dívidas em atraso.
Entre as empresas credoras, houve crescimento das dívidas com comércio (8,29%) e indústrias (7,10%), também na comparação entre abril deste ano e igual mês do ano passado. No ramo de serviços, que engloba bancos e financeiras, foi verificada alta de 0,19%. O agronegócio, novamente, foi o único a apresentar retração (-16,80%).
A economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, projeta que o crescimento da inadimplência das empresas permaneça em “patamares discretos” nos próximos meses em relação à séria histórica, alegando que “a atividade econômica deve se manter fraca e os empresários permaneçam cautelosos devido ao cenário de grande incerteza política”.
Regiões
Empresas sediadas no Nordeste do País lideraram o crescimento da inadimplência em abril, com alta de 5,59% em relação ao mesmo mês do ano anterior. Na sequência, e na mesma base de comparação, aparecem empresas da região Sudeste (4,43%), Norte (4,93%), Centro-Oeste (3,51%) e Sul (1,93%)
O indicador de inadimplência é formulado a partir da base de dados do SPC Brasil e da CNDL nas 27 unidades federativas.