A inadimplência nos contratos de financiamento imobiliário feitos com recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) caiu de 1,6% para 1,5% entre 2020 e 2021, considerados os atrasos acima de três prestações. De acordo com a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), essa taxa não deve ter forte alta neste ano.
O presidente da entidade, José Ramos Rocha Neto, disse que se ocorrer, a alta no saldo devedor não deve ultrapassar os números vistos desde 2014, com variações entre 1,4% (2014, piso histórico) e 1,9% (em 2015, a maior taxa do período). "Se houver (alta), não deve ficar fora dessa banda", disse ele, durante coletiva para comentar os dados do setor em 2021 e as perspectivas para 2022.
O saldo dos recursos do SBPE fechou 2021 com queda de 1,4% em relação ao ano anterior, para R$ 790 bilhões. A captação líquida teve variação negativa de 35% na mesma base de comparação.
Segundo o presidente da Abecip, mesmo com a queda, o ano passado foi positivo para o financiamento com recursos da poupança, que responde pela maior parte do crédito imobiliário do País. "Mesmo com a queda no saldo, a poupança teve segundo melhor ano em saldo da série em 2021", comentou.
No cômputo de 2021, o setor espera que os distratos, outro indicador que acelerou na recessão de 2014 a 2016, feche em patamares menores que os de 2020.
De janeiro a outubro do ano passado, foram 14,5 mil distratos, abaixo dos 14,9 mil registrados no mesmo intervalo de 2020. "Os distratos devem fechar 2021 abaixo de 2020", afirmou Rocha Neto.
<b>Imóvel como garantia</b>
Em outro financiamento relacionado ao setor, o que utiliza imóveis como garantia para linhas de crédito, houve expansão de 29% nas concessões no ano passado.
O saldo total chegou a R$ 13,3 bilhões, com 98,2 mil contratos na carteira. A alienação fiduciária respondeu por praticamente todo o saldo (99,7%).