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Incentivo a leitura é grande desafio para as escolas

Em muitas escolas, alunos não encontram formas de adquirir o hábito

"Falta apoio da escola para que nós tenhamos, não só mais interesse, mas também oportunidades de leitura". A frase de Ana Luiza Carvalho, estudante do 6º ano do Ensino Fundamental da Escola Estadual Conselheiro Crispiniano, reflete a atual situação da maioria dos alunos quando o assunto é leitura: há uma dificuldade em prender os jovens diante de um livro.

Segundo pesquisa do Instituto Pró-Livro, metade da população do país ainda não se interessa pelas obras. A publicação apontou que a população lê, no máximo, quatro livros por ano. E é nesse âmbito que a escola tem papel fundamental para que os estudantes encontrem nos livros um forte aliado para a vida toda. De acordo com a terceira edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, a maior concentração de leitores está na faixa de 5 a 17 anos – idade escolar -, e a perda do hábito ocorre a partir dos 17 anos, quando a maior parte deixa as carteiras escolares rumo ao primeiro emprego.

"É papel fundamental de a escola desenvolver esse hábito entre os alunos. Na rede estadual são criados ambientes de leitura para que esse interesse aconteça na instituição de ensino e amplie-se para toda a vida", reforçou a professora coordenadora do núcleo pedagógico, Elizabete Cristina de Brito.

Entretanto, é importante não somente disponibilizar as obras, mas desempenhar atividades que estimulem a leitura. "Todos os anos nós recebemos os kits com os livros, porém não temos um incentivo para, não somente ler, mas compreender aquela leitura", ressaltou Débora Dantas, estudante do 6º ano do Ensino Fundamental da Escola Estadual Conselheiro Crispiniano.

Livros como forma de prazer

Imagine um ambiente onde os alunos leem livros fora da sala de aula. Sentados distantes das carteiras e da poeira do giz, os estudantes investem uma parcela do tempo com a leitura de boas obras. Esse tem sido o objetivo do colégio Novo Rumo, com os alunos desde os primeiros anos até o Ensino Médio.

"A nossa proposta provoca que eles leiam livros por prazer e não por ter a obrigação de fazer uma prova ou algo assim. Eles precisam entender o porquê da necessidade da leitura e esse é o papel da escola", afirmou Simone Zanetti Berbel, mantenedora do colégio Novo Rumo.

O resultado dessa proposta são alunos mais interessados em bons livros e com prazer de ir à escola. "O nosso hábito de leitura é consequência da escola. Além de incentivar o hábito fora da escola também, futuramente quando eu prestar vestibular isso vai fazer muita diferença, afirmou a estudante Letícia Costa, 14 anos.

Para a professora de Língua Portuguesa do colégio, Wanderly Monção, a leitura é um exercício que deve ser realizado continuamente na escola e em casa. "É nosso papel estimular uma interação entre a leitura e a compreensão da obra. Temos que instigar a curiosidade, incentivando os estudantes a fazerem um aprofundamento e uma releitura da obra", afirmou a professora que ressaltou que ao longo do ano os estudantes leem dez livros.

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