Indefinição atrasa investimentos privados

Anunciada pela Prefeitura de São Paulo ao final de 2016, após revisão do zoneamento da região Noroeste e acordo com investidores privados, a construção do Novo Entreposto de São Paulo (NESP) para abrigar as atividades da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp) privatizada e ampliar os serviços de central de distribuição de frutas, verduras, pescado e outros produtos perecíveis, como flores, deveria estar concluída ainda em 2021.

Era este, pelo menos, o plano anunciado pela gestão Haddad. Com investimento de R$ 1,9 bilhão ao longo de 4 a 5 anos, o NESP poderia gerar pelo menos 5 mil novos empregos, além de atender 25 mil permissionários da Ceagesp que trabalham na sede da Vila Leopoldina. Do total de investimentos previstos, o grupo teria aplicado cerca de R$300 milhões, sobretudo na compra de um terreno de mais de 1 milhão de m², perto da Rodovia dos Bandeirantes. A captação do investimento não foi concluída. Procurado, o grupo NESP não quis se manifestar.

Na prática, a queda de braço entre o presidente Jair Bolsonaro e o governador João Doria acirrou um vaivém de gestões estaduais e federais que se arrasta desde 2017. Para o secretário estadual de Agricultura e Abastecimento, Gustavo Junqueira, a saída da Ceagesp da Vila Leopoldina, área valorizada da capital, é inevitável e vai acabar se impondo por causa do custo para manter as atividades ali. "É como ter uma fábrica de linguiça na Avenida Paulista: ela pode estar lá, só que custa tão caro que não paga a linguiça", disse Junqueira. "O que fazer com o terreno é uma decisão do governo federal. Ônus e bônus são dele, mas que é um mal serviço que é prestado, é." A ideia original de Doria era implantar naquele local um centro de inovação.

Além do NESP, há um segundo entreposto em processo de aprovação pelo governo paulista, na rodovia Ayrton Senna.

Segundo o presidente do Sindicato dos Permissionários em Centrais de Abastecimento de Alimentos do Estado de São Paulo (Sincaesp), Claudio Furquim, que tem apoiado as iniciativas da nova gestão bolsonarista à frente da Ceagesp, a maioria dos permissionários prefere permanecer na Vila Leopoldina. As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>

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