Uma mulher indígena que estava internada em Boa Vista morreu na sexta-feira passada em decorrência do agravamento do seu estado de saúde. Rodênia Yanomami tinha 33 anos e estava na UTI do Hospital Geral de Roraima. Dois filhos estão internados com desnutrição severa no Hospital da Criança Santo Antônio, na capital roraimense.
Representantes também informaram sobre a morte de um líder e de uma criança de 9 anos na comunidade Surucucu, base da terra indígena no Estado. A mulher que morreu na sexta-feira havia dado entrada na unidade de saúde no último dia 24, com quadro clínico de diarreia, desnutrição e malária.
Já os corpos do líder indígena e da criança, até as últimas atualizações, ainda não tinham sido resgatados por estarem em local de difícil acesso em Surucucu, região situada a cerca de 270 km da capital.
As principais causas das mortes na população são doença diarréica aguda, gastroenterocolite aguda, desnutrição, desnutrição grave, pneumonia e malária.
A denúncia foi feita pelo presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena Yanomami e Ye kuana (Condisi), Júnior Hekurari Yanomami. "O número de profissionais não é suficiente para atender o Povo Yanomami, além de não terem as condições de trabalho necessárias. Existe também a presença dos garimpeiros na Terra Indígena Yanomami, o que colabora para o aumento do número de doenças e mortes, pois os mesmos impedem o funcionamento de postos de saúde", relatou Hekurari.
Ao menos 570 crianças Yanomamis morreram por causas evitáveis nos últimos 4 anos, segundo a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara. A pneumonia foi responsável por 1/3 das mortes evitáveis de crianças Yanomami com até 5 anos de idade em 2022, segundo dados do Sisai (Sistema de Informações da Atenç?ão à Saúde Indígena). Ao todo, 99 indígenas nessa faixa etária morreram em 2022, sendo 33 deles por inflamação nos pulmões.
O Ministério dos Direitos Humanos enviou ontem uma comitiva de secretários a Boa Vista para apurar as violações de direitos humanos na região. grupo ficará até a próxima quinta-feirae pretende visitar comunidades indígenas, se reunir com lideranças de movimentos sociais e conversar com governantes, autoridades e membros do poder público local.
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>