O Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp) teve ligeira queda de 0,1 ponto na passagem de fevereiro para março, o quinto mês seguido de piora, descendo aos 75 pontos, menor nível desde agosto de 2020, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta terça-feira. Em médias móveis trimestrais, o IAEmp recuou 2,3 pontos.
Segundo Rodolpho Tobler, economista do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), o desempenho do indicador em março pode ser visto como uma acomodação, após quatro meses consecutivos de perdas. Houve influência positiva das expectativas do setor de serviços, em função da melhora da pandemia de covid-19, mas o IAEmp permanece em patamar considerado baixo.
"A recuperação do mercado de trabalho nos próximos meses depende de uma recuperação mais forte da atividade econômica, mas o elevado nível de incerteza continua sendo um fator de risco", avaliou Tobler, em nota oficial.
O IAEmp sugere expectativa de geração de vagas adiante, quanto maior o nível, mais satisfatório o resultado. O indicador é formado por uma combinação de séries extraídas das Sondagens da Indústria, de Serviços e do Consumidor, todas apuradas pela FGV. O objetivo é antecipar os rumos do mercado de trabalho no País.
Em março, quatro dos sete componentes do IAEmp contribuíram negativamente para o resultado. As principais pressões partiram dos itens que medem a Tendência dos Negócios nos próximos seis meses na Indústria, que contribuiu com queda de 0,6 ponto, e o Emprego Local Futuro sob o ponto de vista do Consumidor, que cedeu 0,4 ponto. Na direção oposta, o componente de Situação Atual dos Negócios dos Serviços contribuiu favoravelmente com 1,0 ponto.