O Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp) avançou 5% em outubro ante setembro, na série com ajuste sazonal, informou na manhã desta quinta-feira, 5, a Fundação Getulio Vargas (FGV). Com isso, o índice atingiu 65,1 pontos. O resultado, porém, sucede o ponto mais baixo da série (iniciada em junho de 2008) atingido no mês passado. Além disso, em médias móveis trimestrais, o IAEmp cedeu 0,3%.
“A melhora do IAEmp em outubro deve ser interpretada com cuidado, pois não há evidências de uma retomada das contratações, mas, provavelmente, de uma estabilização do emprego para o mês corrente. Ainda é cedo para se interpretar como uma inversão de tendência”, avaliou o economista Rodrigo Leandro de Moura, pesquisador da FGV, em nota oficial.
As maiores contribuições para a alta do IAEmp vieram do indicador que mede o ânimo dos empresários da indústria para contratar nos próximos três meses (17,2%) e do índice que mensura a situação dos negócios para os próximos seis meses no setor de serviços (12,8%).
O IAEmp é formado por uma combinação de séries extraídas das Sondagens da Indústria, de Serviços e do Consumidor, todas apuradas pela FGV. O objetivo é antecipar os rumos do mercado de trabalho no País.
Indicador coincidente
O Indicador Coincidente de Desemprego (ICD) avançou 5,4% em outubro ante setembro, para 97,6 pontos, na série com ajuste sazonal. Trata-se do maior nível desde março de 2007 (98,1 pontos). A alta significa que a percepção dos consumidores sobre o mercado de trabalho piorou mais uma vez e sugere continuidade do aumento da taxa de desemprego no período.
“A acentuada alta do ICD reflete a deterioração rápida e contínua do desemprego, puxada principalmente pela piora na percepção do mercado de trabalho de consumidores de famílias pobres e ricas, o que pode indicar elevada dificuldade em se obter uma vaga de trabalho”, destacou Rodrigo Leandro de Moura.
A taxa de desemprego nas seis principais regiões metropolitanas do País atingiu 7,6% em setembro, a maior para o período desde 2009, segundo os dados mais recentes divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A piora nas avaliações sobre o mercado de trabalho na passagem de setembro para outubro ocorreu principalmente entre as famílias de baixa renda e as que estão no topo. Segundo a FGV, o indicador que mede a percepção de dificuldade de se obter emprego subiu 8,1% para a faixa dos consumidores com renda familiar mensal até R$ 2,1 mil e avançou 6,1% entre as famílias com ganhos superiores a R$ 9,6 mil.
O ICD é construído a partir dos dados desagregados, em quatro classes de renda familiar, da pergunta da Sondagem do Consumidor que procura captar a percepção sobre a situação presente do mercado de trabalho.