O Indicador de Nível de Atividade (INA) da indústria paulista, medido pelo Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon) da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), voltou a operar em terreno negativo e teve queda de 1% em maio ante abril, na série com ajuste sazonal. Na série sem ajuste sazonal, a atividade da indústria de São Paulo avançou 1,1% em maio ante abril.
Para o diretor do Depecon, Paulo Francini, em nota, a perda de fôlego do setor não parou, mas está diminuindo. “Sabemos que antes do crescimento existe a estabilidade, e antes existe a redução da queda. Nós estamos nesta fase”, explicou.
Segundo Francini, ainda não existem sinais claros sobre a retomada de crescimento, mas há mudanças nos indicadores de expectativas, como o Sensor, também divulgado pela Fiesp, que, em junho, apresentou o melhor resultado desde setembro de 2015, já descontados os efeitos sazonais. “Preferimos acreditar nesses sinais, a sociedade está cansada de más notícias, na verdade ansiosa por boas notícias”, disse.
Entretanto, a entidade revisou sua projeção para o ano, de 5,3% de retração na atividade paulista, para cerca de 6%, depois de ter registrado diminuição de 6,2% em 2015 e queda de 6,0% em 2014.
A visão mais negativa é sustentada na comparação entre os números deste ano e 2015. Em dados sem ajuste, o INA de maio, por exemplo, encolheu 9,1% em relação ao mesmo período do ano passado. Nos primeiros cinco meses deste ano na comparação com o mesmo período de 2015, o índice apresenta retração de 10,1% e, no acumulado de 12 meses até maio, houve recuo de 8,9%.
Nuci
O nível de capacidade instalada (Nuci) da indústria paulista aumentou de 75,4% em abril para 75,8% em maio, na série sem ajuste, mas ainda está abaixo do patamar de 78,6% registrado em maio de 2015. Com ajuste, o Nuci em maio ficou em 74,9% ante 74,8% de abril de 2016 e 78% de maio de 2015.
Na análise por setor, em maio, o INA do setor Químico registrou alta de 1,5% (ajustada sazonalmente) ante abril, tendo como principal influência a alta de 5,8% da variável de “Total de Vendas Reais”. “Horas Trabalhadas na Produção”, no entanto, apresentou retração de 1,2% no período, enquanto o Nuci teve alta de 3,5 pontos porcentuais.
O segmento de Minerais não Metálicos apresentou queda da atividade de 2,8% em maio, já descontadas as influências sazonais, com destaque para as variáveis negativas “Horas trabalhadas na Produção” (-1,4%), “Total de Vendas Reais” (-3,1%) e Nuci (-1,0 pp). Já o setor Farmacêutico sofreu queda no INA em maio, de 0,9%, influenciado pela contração de 13,8% do “Total de Vendas Reais”. A variável “Horas Trabalhadas na Produção” teve alta de 0,7% e o Nuci, por sua vez, recuou 3,4 pp.
Sensor
As entidades também divulgaram a pesquisa Sensor de junho, que fechou em 47,8 pontos, sem ajuste, contra 46,4 pontos de maio, mantendo-se abaixo dos 50,0 pontos, o que sinaliza queda das expectativas para o indicador.
No caso do emprego, o Sensor passou de 43,6 pontos em maio para 45,8 em junho. Condições de Mercado, Vendas e Nível de Estoque registraram alta na variação. Somente o componente de Investimentos registrou queda.