O Indicador de Incerteza da Economia Brasileira (IIE-Br) subiu 0,6 ponto na passagem de dezembro a janeiro, para 113,3 pontos, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV). Esta é a quarta alta seguida do índice e reflete as discussões sobre a política econômica efetiva do novo governo, com possíveis implicações sobre o direcionamento da dívida pública e a inflação, avalia a economista da FGV/Ibre Anna Carolina Gouveia.
O IIE-Br é formado por dois componentes. O primeiro é o IIE-Br Expectativa, construído a partir das dispersões das previsões para a taxa de câmbio e para o IPCA, caiu 11,9 pontos em janeiro, para 106,0 pontos, depois de ter subido no mês anterior, atingindo e janeiro o menor nível desde novembro de 2022, quando atingiu 105,1 pontos. Com isso, o componente contribui negativamente com 2,6 pontos para a variação agregada do IIE-Br em janeiro.
Já o outro componente, o IIE-Br Mídia, faz o mapeamento nos principais jornais da frequência de notícias com menção à incerteza. O componente, que havia caído em dezembro de 2022, subiu 3,7 pontos, para 113,8 pontos, maior nível desde agosto de 2022 (115,1 pontos) e contribuiu em 3,2 pontos para o índice agregado.
"Vale citar que nos dias seguintes ao 8 de janeiro, quando os edifícios do Congresso, STF e Palácio do Planalto foram invadidos por manifestantes defendendo golpe de estado, o nível de incerteza chegou a subir ainda mais para depois recuar um pouco. O IIE-Br inicia o ano em patamar elevado de incerteza e não dá sinais de convergência para níveis mais confortáveis no curto prazo", afirma Gouveia.