Estadão

Indicadores de PIB evoluem favoravelmente, diz ata do Copom

O Comitê de Política Monetária (Copom) destacou na ata da reunião de setembro que o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre foi "ligeiramente melhor do que o esperado" e que as divulgações seguintes de atividade de alta frequência continuaram evoluindo favoravelmente, ainda que marginalmente mais negativas.

"Parte dessas revisões decorre de uma antecipação do crescimento esperado para alguns dos setores mais atingidos pela pandemia; outra parte deriva da menor produção industrial decorrente da manutenção de dificuldades nas cadeias de suprimentos", disse o Banco Central na ata divulgada nesta terça-feira.

O comitê afirmou que mantém uma visão de retomada robusta da atividade no segundo semestre, na medida em que os efeitos da vacinação sejam sentidos de forma mais abrangente.

O Copom ainda afirmou que o crescimento de 2022 será beneficiado por três fatores: a continuação da recuperação do mercado de trabalho e do setor de serviços, mesmo que em menor intensidade do que se antecipava anteriormente; o desempenho de setores menos ligados ao ciclo de negócios, como agropecuária e indústria extrativa; e os resquícios do processo de normalização da economia conforme a crise sanitária arrefece.

Na ata, o colegiado ainda afirmou que foi discutida a evolução do emprego. "O recuo da taxa de desocupação com crescimento da força de trabalho e da população ocupada indica que o mercado de trabalho segue em recuperação."

Mas o Copom ponderou que o nível da força de trabalho e da população ocupada ainda consideravelmente abaixo dos observados antes da pandemia sugerem hiato remanescente no mercado de trabalho. "Diante da diferença entre os principais indicadores do emprego no segmento formal – Pnad Contínua e Novo Caged, sendo que o último mostra recuperação mais robusta do que o primeiro – permanece a dificuldade de avaliação do efetivo estado do mercado de trabalho", completou o BC na ata.

<b>Setor externo</b>

O Copom reafirmou por meio da ata de seu último encontro que existem dois fatores de risco adicionais no ambiente internacional que podem afetar o crescimento das economias emergentes.

"Primeiro, reduções nas projeções de crescimento das economias asiáticas, refletindo a evolução da variante Delta da Covid-19. Segundo, o aperto das condições monetárias em diversas economias emergentes, em reação a surpresas inflacionárias recentes", destacou o BC.

Ainda assim, o documento considera que, os estímulos monetários de longa duração e a reabertura das principais economias ainda sustentam um ambiente favorável para economias como a brasileira. "O Comitê mantém a avaliação de que questionamentos dos mercados a respeito dos riscos inflacionários nas economias avançadas podem tornar o ambiente desafiador para países emergentes", completou a ata.

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